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22 de janeiro, de 2012 | 00:00

Menos enxofre no óleo diesel

Falta de mão de obra e combustível preocupa entidade representativa

Valter Campanato/ABr


diesel

IPATINGA – A quantidade existente de enxofre no óleo diesel deverá ser reduzida consideravelmente. É o que prevê o Projeto de Lei nº 560, proposto pelo senador Clésio Andrade (PR/MG), para reforçar o cumprimento da resolução de número 62 da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Pelo PL, passa a ser obrigatória a venda do S50, tipo de diesel menos poluente, por parte dos postos que tem o diesel como principal combustível comercializado.
Até o ano de 2015, o teor máximo permitido do elemento será de 10 partes por milhão. A resolução da ANP determina a comercialização do óleo diesel de baixo teor de enxofre (S50 em 2012 e S10 a partir de 2013) pelos revendedores que possuem pelo menos dois tanques de diesel e número de bicos de óleo diesel superior ao número de bicos do Ciclo Otto (gasolina + etanol hidratado).
Para o diretor regional do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis (Minaspetro) no Vale do Aço, Marco Antônio Magalhães, a decisão é importante e demorou a acontecer. “A Europa já trabalha com esse produto há bastante tempo. Somos um país que roda sobre quatro rodas e estamos jogando poluentes na atmosfera”, declarou.
 
Embora favorável à decisão, Marco Antônio explica que a medida foi mal planejada e que não existe refinaria para atender toda a demanda. Segundo ele, existem problemas como a limpeza do tanque que comporta o diesel, não sendo possível simplesmente retirar o diesel anterior e colocar o outro. Uma limpeza precisa ser feita no tanque, o que exige mão de obra especializada. “Tal mão de obra está em falta no mercado, o que nos limita”, ponderou.
 
O diretor da Minaspetro conta que a portaria saiu no dia 1º de dezembro do ano passado, para os postos começarem a comercializar no dia 1º de janeiro deste ano, gerando uma corrida em busca de mão de obra para a realização da limpeza dos tanques. “Não há pessoas em quantidade suficiente para atender a demanda do mercado brasileiro de uma hora para outra”, disse.
 
Marco Antônio cita ainda o problema dos grandes frotistas, uma vez que o diesel menos poluente só é aceito em caminhões novos. “Eles começaram a questionar; vou comprar um caminhão 2012, mas onde vou abastecer? Além disso, na minha rota haverá postos para me atender e quanto vai custar, qual o impacto disso na minha planilha de preços, no custo do frete, eu vou conseguir repassar isso?”, indaga.
Arquivo DA


marco antônio

Valor
O gerente administrativo do Posto Torque Diesel, Everaldo Braz do Carmo, explica que a Região Metropolitana do Vale do Aço comercializa o S500, diesel com menor teor de enxofre que o S1800. O S500 custa R$ 2,01 à vista. O S50 ainda não está disponível para comercialização, mas deve chegar em fevereiro, com valor estimado de R$ 2,07, ou seja R$ 0,06 mais caro que o S500 e em torno de R$ 0,12 mais caro que o S1800.
Em relação ao custo do S50, Marco Antônio, que também é sócio proprietário da rede de AP Magalhães, diz que não deveria ser mais caro, e sim ter um preço mais próximo do outro para que todos pudessem utilizar. “Acreditamos que exista essa diferença porque a Petrobras não tem capacidade de produzir para atender o mercado interno”, pontuou.
 
Segundo Everaldo, a medida é positiva porque sua intenção é diminuir a emissão de poluentes na atmosfera, e como é uma tecnologia nova tem um custo inicial maior, porém com o passar do tempo tende a diminuir. “E os benefícios que estão pregando para os usuários são economia de até 3% no consumo de combustível, menores custos de manutenção do veículo e maior potência e melhor desempenho do motor”, explicou.
Males
O óleo diesel é o combustível mais utilizado no país e o enxofre, resultante de sua queima, além de contribuir para a formação de chuva ácida, prejudica o desenvolvimento da agricultura, contamina o solo e mananciais de água. Sobre a saúde humana, o enxofre produz irritação do sistema respiratório, sensação de falta de ar e enfisema pulmonar.
Em países como Estados Unidos e Japão, os teores de enxofre encontrados no diesel são muito baixos, respectivamente 15mg/kg e 10mg/kg.
Sobre a demanda para o produto, Marco Antônio pondera que ela só vai ocorrer de fato a partir do mês de junho ou julho. “E olhe lá”, concluiu Marco Antônio.
 
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