21 de janeiro, de 2012 | 00:00
Clube abandonado incomoda moradores
Fechado há vários anos, Choupana se transformou em espaço de marginalidade e proliferação de dengue
TIMÓTEO Em um período de alta no mercado imobiliário no Vale do Aço é no mínimo estranho o abandono de grandes propriedades urbanas. Quando falamos de um clube inteiro exposto aos vândalos e à deterioração pelo tempo, gerando incômodos para a vizinhança de um bairro inteiro, a situação é ainda mais polêmica. No bairro Santa Cecília, em Timóteo, o antigo Clube Campestre Choupana há anos está exatamente nessa situação.
Fundado no fim da década de 1960, o clube já foi referência no lazer do município e ostentou grandes festas em seus suntuosos salões além de competições esportivas importantes. De acordo com relatos, o clube possuía duas quadras, três piscinas (adulta, juvenil e infantil) com toboáguas, dois campos de futebol, quadras de vôlei, futebol de salão e peteca.
Fechado há aproximadamente uma década o local se transformou em um espaço propício a marginalidade e ao uso de drogas. Há muito mato nas quadras e no campo de futebol. Os vidros das janelas estão todos quebrados e há muitos cacos de vidro e lixo espalhados pelo chão.
Telhados foram retirados e as dependências dos salões e outros setores estão desfigurados. As piscinas também têm servido para acumular de água de chuva, facilitando a proliferação do mosquito da dengue. Para os moradores vizinhos do clube o abandono é uma situação preocupante.
Um morador, que preferiu não se identificar, relatou que muitos jovens aproveitam o abandono do espaço para promover baderna e assaltar as residências vizinhas. O verdadeiro proprietário é desconhecido pela população que não sabem a quem recorrer para tentar resolver o problema.
Outro morador da rua se declara preocupado com a segurança do bairro. Segundo ele não há como saber quem entra ou sai do local, pois não há nenhuma vigilância no imóvel e grupos de moradores já procuraram a Vigilância Sanitária do município para vistoriar as piscinas, mas nada foi feito.
De acordo com um vizinho do clube, que também pediu sigilo sobre a sua identidade, alguns moradores utilizam a lagoa para a pesca ilegal e, com isso, vasilhames são deixados no local contribuindo para formação de novos focos de dengue.
Vítima
A dengue foi um problema sentido na pele pela enfermeira Fabiana de Souza Silva, 29. Fabiana foi infectada pela doença e lamenta a atual situação do Choupana que, um dia foi uma página importante da história do bairro e motivo de orgulho para os moradores. Esse não é um problema só de visual não, mas de meio ambiente, segurança e principalmente de saúde. E essa situação deveria ser uma prioridade para administração”, defende.
Notificação
Segundo a Assessoria de Comunicação da Prefeitura, o local é tratado pela Vigilância Epidemiológica como um ponto estratégico. Uma equipe do setor visita o local a cada 15 dias para fazer uma vistoria e atuar no combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, a última visita foi feita na primeira semana de dezembro. No entanto a administração alega que nas últimas semanas essa visita não foi possível, pois o local foi vendido e agora está trancado, impossibilitando o acesso dos agentes.
A administração prepara uma notificação a ser enviada ao atual proprietário que terá 15 dias para realizar as adequações necessárias. Caso as exigências não sejam cumpridas o proprietário pode ser autuado conforme a lei 19.482 de 19/01/2011.
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