21 de janeiro, de 2012 | 00:00

Mercado amplo para o farmacêutico

Com atuação insubstituível na área da saúde, profissional comemora o seu dia

Wesley Rodrigues


gisele leal
IPATINGA – Profissional importante na promoção de qualidade de vida e saúde da população, o farmacêutico teve o seu dia comemorado nesta sexta-feira (20). Muito além de gerenciar e atender apenas nos balcões das farmácias e drogarias, o profissional de farmácia atua na pesquisa, produção e distribuição de remédios, cosméticos e alimentos industrializados.
O Dia do Farmacêutico é alusivo à fundação da Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF) em 20 de janeiro de 1916, comemorado desde 1942. A oficialização da data, entretanto, ocorreu somente em 2007 pelo Conselho Federal de Farmácia.
Apesar de existir desde o período colonial (até 1822), a profissão só foi regulamentada em 1931. Com práticas milenares, o farmacêutico, a cada dia, torna-se mais imprescindível em uma equipe multiprofissional de saúde.
 
Atualmente, o profissional de farmácia conta com 74 áreas de atuação. No Vale do Aço destacam-se as indústrias de alimentos e cosméticos, farmácias e drogarias, laboratório de análise clínicas e citopatológicas, cosmetologia, controle de qualidade, saúde pública, além da vigilância sanitária e ambiental. Há também profissionais na área de educação e pesquisa.
 
No que tange às exigências da regulamentação, cerca de 90% a 95% das farmácias e drogarias na região do Vale do Aço contam com um farmacêutico graduado.
 
Os dados são da conselheira regional de Farmácia de Minas Gerais e diretora da Associação de Farmacêuticos do Vale do Aço, Gisele Leal, 31 anos. Gisele visualiza um cenário positivo no mercado de trabalho para esta profissão. Para estudantes que pretendem ingressar na área farmacêutica, ela destaca que “infelizmente, a formação do profissional de farmácia está muito voltada à atuação em farmácias e drogarias e este setor está saturado”.
“Porém, há uma crescente demanda em outras áreas e novos campos de trabalho para este profissional são descobertos, como é caso do meio ambiente e agronomia. Faltam profissionais qualificados para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que tramita no Congresso um projeto de lei que torna obrigatória a presença do farmacêutico como responsável técnico em todas as unidades e serviços de saúde que dispensam e manipulam medicamentos”, detalha a conselheira do CRF-MG.
Desafios
Gisele Leal lembra que é importante comemorar, mas também refletir sobre os desafios da profissão. “É preciso resgatar o valor de lidar com as pessoas frente a frente. Esse valor se perdeu ao longo dos anos, porque o profissional farmacêutico abdicou de estar presente, de acompanhar e dar assistência ao público, esclarecendo o porquê da prescrição medicamentosa, entre outros fatores”, pontua a representante.
A conselheira também alerta para a necessidade de lembrar o profissional de seu juramento da profissão. “O profissional do medicamento precisa ser fiel aos preceitos da honestidade, caridade e ciência, palavras citadas no nosso juramento. É preciso sempre honestidade com os pacientes, não indicando produtos inadequados, atuando de forma humana”, pondera.
Preocupação
“Uma grande preocupação para os profissionais de farmácia é o Projeto de Lei do Ato Médico, que retira funções do profissional farmacêutico, principalmente o farmacêutico bioquímico. Como é o caso do exame citopatológico, especialidade do farmacêutico. O assunto está em discussão em Brasília e o Conselho Regional luta para que não ocorra a regulamentação das modificações propostas, o que prejudicaria muitas áreas profissionais envolvidas” desabafa.
Comemorações
O Conselho terá diversas comemorações por todo o Estado. No Vale do Aço serão promovidos eventos no dia 9 de fevereiro, com destaque para a solenidade de entrega da Comenda do Mérito Farmacêutico. O evento, no município de Coronel Fabriciano, visa certificar profissionais farmacêuticos por trabalhos relevantes prestados à sociedade. Todos os profissionais da área podem se inscrever, de forma gratuita, na página do CRF/MG: www.crfmg.org.br.
 
Antidepressivos entre os remédios mais consumidos
 
No Dia do Famacêutico, uma situação considerada preocupante. Apesar de serem de uso controlado, os ansiolíticos, ou antidepressivos, estão entre os medicamentos mais consumidos no país. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses inibidores do sistema nervoso central têm sido mais utilizado no Brasil do que muitos medicamentos que não exigem receitas médicas.
Responsável por fiscalizar a produção e a comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, a Anvisa divulgou nesta segunda-feira (20) boletim técnico contendo uma série de informações sobre o consumo de medicamentos controlados.
 
De acordo com o Boletim do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, desde 2007 os antidepressivos feitos a partir de substâncias como o clonazepam, bromazepam e alprazolam são os mais consumidos entre os 166 princípios ativos listados na Portaria SVS/MS nº 344, que inclui também as substâncias usadas em outros medicamentos de uso controlado, como emagrecedores e anabolizantes.
 
Recomendados para o tratamento de casos diagnosticados de ansiedade, depressão e bipolaridade, os ansiolíticos estão entre os remédios conhecidos por “tarja preta”, que só poderiam ser comprados em farmácias registradas e autorizadas pela Anvisa a comercializar os medicamentos listados na Portaria 344. Não é difícil, contudo, encontrar na internet quem os ofereça como solução para curar a tristeza – qualquer que seja a causa – e até a insônia.
 
De acordo com a Anvisa, a venda legal de Rivotril – nome com o qual é comercializado o antidepressivo produzido a partir do clonazepam – saltou de 29,46 mil caixas em 2007 para 10,59 milhões em 2010. A Anvisa estima que só em 2010 os brasileiros gastaram ao menos R$ 92 milhões com Rivotril.
 
Entre os ansiolíticos, o segundo mais comercializado, o Lexotan (bromazepan), vendeu em 2010, 4,4 milhões de unidades. Já o Frontal (alprazolam) registrou 4,3 milhões de unidades.
 
Os técnicos chamam a atenção para o grande volume de receitas prescritas por dentistas e médicos veterinários, percentualmente maior, que a quantidade aviada por médicos. (Com informações da Agência Brasil).

 
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