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20 de dezembro, de 2011 | 00:00

População de rua passa a contar com acolhimento institucional

Albergue municipal atenderá 50 pessoas diariamente, e será administrado pelo Projeto Videiras

Bruna Lage


paulo barbosa

IPATINGA – Um albergue municipal capacitado a atender, diariamente, 50 pessoas, entrou em funcionamento. A inauguração ocorreu na sexta-feira (16), no Centro da cidade. O serviço de acolhimento institucional, de acordo com a administração municipal, é a oportunidade que as pessoas que vivem nas ruas têm para recomeçar suas vidas e sair dessa condição degradante.
Natural do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Ferreira Barbosa está há cinco anos em Ipatinga e mostra-se satisfeito com a possibilidade de contar com o pernoite no albergue. “Na rua, a pessoa corre riscos, aqui é um lugar legal. Antes, eu dormia em qualquer lugar, morador de rua não tem escolha. Em vim pra Ipatinga porque no Rio de Janeiro era uma violência danada, eu não fiquei na casa de parentes porque não gosto, não presta. Eu era camelô aqui na cidade, mas aí começou a dar muita dor de cabeça e prejuízo, isso há dois anos, aí parei e acabei por dormir na rua”, relata.
A Associação Projeto Videiras, entidade responsável pelo Albergue municipal, já desenvolve um trabalho junto aos moradores em situação de rua. Por meio desse trabalho, que terá continuidade na parte da noite com a reabertura do albergue, pessoas como Danilo Aparecido Maia, de 40 anos, terão um incentivo para deixar as ruas.
“Eu fiquei sem dinheiro porque bebia muito. A bebida não deixava sobrar nada para pagar aluguel, não sobrava para nada, aí eu dormia na rua. Com o auxilio do projeto Videiras, consegui sair dessa vida. Hoje posso dizer que venci o vício e estou pronto para seguir em frente”, comemora.
Bruna Lage


inauguração albergue
A coordenadora do Projeto Videiras, Débora Rodrigues explica que o albergue disponibilizará profissionais como psicóloga, assistentes sociais e enfermeiros, para dar suporte aos moradores de rua. “Teremos o pernoite e tratamentos clínicos de um modo em geral.
“Agora, o trabalho que desenvolvemos terá continuidade, haja vista que aquilo que trabalhávamos durante o dia era perdido, porque essas pessoas voltavam para a rua à noite. Poderemos cuidar da saúde, da família e reinserir essas pessoas na sociedade”, explica Débora.
Dentre os serviços de acolhimento está a organização de um banco de dados, orientação para acesso à documentação pessoal, orientação sociofamiliar dentre outras ações pertinentes à qualidade dos serviços prestados. A instituição tem ainda parceria com o Centro de Referência Especial de Assistência Social, possibilitando interação maior do caso social, objetivando a promoção e autonomia dos usuários atendidos.
 
Voltar a trabalhar é o desejo de Carlos Gonçalves da Silva. “Eu morava com parentes, mas não combinava com eles. Sou de Alpercata e vim tentar a sorte em Ipatinga, mas antes estava em Belo Horizonte, onde fiquei dormindo em um albergue por um tempo. Depois, vim pra Ipatinga e fiquei dormindo na rodoviária. Trabalhei fichado por onze meses, aí os documentos foram roubados. Quero voltar a trabalhar e, com esse espaço ora inaugurado vou poder me recuperar”, resumiu.
Endereço
A Unidade de Acolhimento Institucional fica situada na Santa Bárbara, 28, Centro.

 
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