17 de dezembro, de 2011 | 00:00
Fundação Relictos completa 20 anos
Entidade tem contribuído com a conscientização sobre o meio-ambiente
IPATINGA - A Fundação Relictos completou, na última quinta-feira (15), 20 anos de atividades em defesa do Parque Estadual do Rio Doce e de programas de educação ambiental em diversas cidades de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo. A entidade não-governamental, cultural, científica, socioambiental e sem fins lucrativos, possui sede no bairro Bela Vista, em Ipatinga.O presidente da Relictos, arquiteto José Ângelo Paganini, lembra de vários marcos importantes realizados pela entidade na história ambiental da região. Entre eles, o dirigente menciona o Projeto Mata Ciliar, desenvolvido em parceria com a Usiminas e o Instituto Estadual de Florestas (IEF), possibilitando a recuperação de 22 quilômetros de matas ciliares em Coronel Fabriciano, Ipatinga e Santana do Paraíso, às margens dos rios, Piracicaba e Doce. A iniciativa recebeu o prêmio CNI Ecologia 2000.
José Ângelo ressalta que o momento mais importante vivenciado pela Relictos, neste período, foi quando a fundação em conjunto com outras entidades e a Promotoria do Meio Ambiente, impediram que no ano de 2006 um arremedo” de Plano Diretor de Ipatinga acabasse com as principais áreas verdes do município, entre elas, os corredores ecológicos espaços que permitem o fluxo da vida selvagem como o antigo Parque Zoobotânico da Usiminas, o Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) além das áreas de nascentes do bairro Bom Jardim.
Na época, conforme José Ângelo, a entidade se posicionou de forma veemente ao afirmar que, se as áreas verdes fossem suprimidas, Ipatinga se transformaria em um vulcão cercado de pragas e doenças tropicais por todos os lados. Felizmente a Promotoria de Meio Ambiente fez valer a lei, amparada em argumentos legais e técnicos eficazes”, recorda-se o presidente da Relictos.
Nos últimos 20 anos, a fundação tem participado ativamente dos Comitês de Bacias Hidrográficas dos Rios Doce e Piracicaba, do Copam, do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH) e dos Codemas regionais. Conforme José Ângelo, a entidade contribuiu positivamente nos processos de licenciamentos ambientais regionais participando junto ao Copam-Leste, em que solicita a realização de diversas audiências públicas para a discussão dos impactos ambientais de vários empreendimentos da região
As origens da entidade
A palavra relictos vem do latim relictus” e tem o significado de relíquia, de uma coisa ou objeto precioso. Mas em ecologia o termo adquire uma importância mais ampla, conforme enfatiza o médico-veterinário Lélio Costa e Silva, um dos fundadores e atual consultor ambiental da entidade.
A palavra define aqueles conjuntos de animais, vegetais, sistema de lagos ou outros ecossistemas raros, escassos, especiais que outrora foram abundantes na região. O Parque Estadual do Rio Doce e os demais bens naturais do Vale do Aço apresentam conjuntos de relictos essenciais para o ambiente da região. São seres ameaçados de extinção como o Muriqui, maior macaco das Américas, o besouro Megasoma gyas, um dos maiores do mundo e a rainha das orquídeas Cattleya warnerii. O sistema de lagos do Parque Estadual com as suas 40 lagoas é único no planeta e também merece toda a atenção da sociedade”, explica Lélio Costa e Silva.
Com sede própria na avenida 26 de Outubro, Loja 07, Centro Comercial, no bairro Bela Vista e com o portal www.relictos.org.br, a entidade tem como principais objetivos, entre outros, a promoção de estudos sobre a fauna e flora, intercâmbio científicas, culturais e de proteção à fauna e flora, promoção de pesquisas e ações que fomentem a conservação da diversidade biológica dos ecossistemas brasileiros e da natureza em geral.
Sócios fundadores
Outro ponto importante na atuação da Relictos é a difusão de conhecimentos de ecologia, a realização de convênios com entidades públicas e privadas, nacionais ou internacionais, relacionadas com a proteção da natureza, estendendo sua projeção em outras atividades de proteção ao meio ambiente e difundir a educação ambiental para a transformação, participação e compromisso.
Em 15 de dezembro 1991 foi realizada nas dependências da Usipa, em Ipatinga, a primeira reunião para a constituição da Fundação Relictos. Participaram do encontro e são sócios fundadores: Anfilófio Ferreira Filho, Carlos Eduardo Gomes Pereira, Cléia Maria Lacerda Oliveira, Idelmar Medeiros do Amaral, João Pedro Paulo Parreira Pinto, José Ângelo Paganini, Jurani Onofre Pereira, Lélio Costa e Silva, Marli Ribeiro Gomes Pereira, Maria Elizabete Assis Mesquita, Maria Helena Assis Ramos, Maria de Paula Dias Ferreira, Narciso Souza Pereira, Paulo Ramon Daniel, Pedro Soares de Oliveira Filho, Suzana Gouveia Simões e Vera Lúcia de Souza.
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