12 de novembro, de 2011 | 00:05
Albergue deverá ser reaberto em dezembro
O antigo imóvel estava fechado desde fevereiro. Novo espaço terá equipe multiprofissional
IPATINGA O albergue municipal, fechado desde fevereiro deste ano, deverá ser reaberto em novo endereço até o início do mês de dezembro. Cerca de 40 pessoas que vivem nas ruas do município poderão ser recebidas diariamente no local, além daqueles que estiverem de passagem pela cidade. A nova sede do albergue fica na rua Santa Bárbara, 28, no Centro da cidade.
A escolha de um novo local e o pagamento da primeira parcela do convênio mantido com a Associação Projeto Videiras, entidade responsável pelo Albergue municipal, no valor de R$ 115 mil, possibilitarão a reabertura do espaço.
De acordo com Simone de Tassis, chefe de Gabinete da Assistência Social, a parcela foi paga na última terça-feira (8) e será utilizada para fazer pequenos reparos na estrutura do local e equipar o estabelecimento. Estamos providenciando toda a montagem do alojamento para que possamos dar abertura ao acolhimento institucional. Serão comprados lençóis, camas, cadeiras e demais móveis”.
O albergue funcionou até o ano passado na rua Uberlândia. No vencimento do contrato, o proprietário do imóvel não quis renová-lo, dificultando a definição de um novo espaço físico que atendesse à população de rua. Após encontrar esse novo imóvel, estamos há uns quatro meses trabalhando para a reabertura do acolhimento institucional”, disse a servidora.
De acordo com Simone, os serviços visam assegurar dignidade as essas pessoas que enfrentam dificuldades. Teremos pernoite de 24 horas, café da manhã e direcionamento, além de atendimento psicológico, psiquiátrico, clinico e demais orientações para cada caso”, adiantou.
Em relação à equipe que irá atuar no albergue, Simone citou que ela será composta por multiprofissionais. Hoje, temos a resolução número 17 do Conselho Nacional de Assistência Social, que nos obriga a ter alguns profissionais, tanto da área da assistência social, quanto da Psicologia, para fazer esse atendimento. Estamos empenhados junto à entidade para efetivar toda a equipe necessária para tirar essas pessoas da rua e fazer com que possam refletir sobre essa mudança de vida”, declarou.
Serviços
Atualmente, os serviços prestados a essa população é feito por meio do serviço Ronda Social, realizado toda terça e quinta-feira, e que consiste na abordagem em pontos da região central da cidade. Atendemos em média 250 usuários, que estão no Centro, além de pessoas em trânsito, que estão somente de passagem pela cidade. Essa população de rua é formada por pessoas que não tiveram condições de emprego, ou adentraram no mundo da dependência química; nos deparamos muitas vezes com essas pessoas que estão em condições de vulnerabilidade, não por que não têm família ou não querem trabalhar, mas por transtorno mental, analfabetismo, entre outras situações.
Faremos oferta de todos os serviços necessários para que ela supere essa condição de rua em que se encontra. Teremos profissionais com condições de não só realizar oficinas de integração, mas também com atendimentos individuais que possibilitem uma melhora em sua qualidade de vida”, reiterou Simone.
Respeito
Em relação aos motivos que levaram cada pessoa à condição de rua, Simone diz que é necessário ter respeito por sua história de vida. Eu acho interessante falar sobre isso, porque é normal falarmos da população de rua como se fosse uma realidade muito distante da nossa. Essas pessoas que estão vivendo debaixo das pontes e marquises poderiam ser um de nossos filhos ou amigos. Cada munícipe tem que começar a pensar nesse indivíduo não como quem está atrapalhando de alguma forma, mas que é uma pessoa que precisa de nossa ajuda e de auxílio especializado. É importante lembrar que dar esmola não é solução. É preciso ajudar essa pessoa e informá-la da existência do albergue. Outro detalhe importante é que temos de pensar que, todos eles são produtos de nossa indiferença ou familiar ou social, e merecem toda a atenção”, pontuou.
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