02 de novembro, de 2011 | 00:02
511 pessoas usam antirretrovirais
Centros de Ipatinga e Fabriciano somam 760 pessoas cadastradas no DST/Aids
IPATINGA Pensar em um mundo onde não existam novas infecções pelo vírus HIV, discriminação e mortes relacionadas à AIDS é a nova visão do programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) divulgada em 2011. O programa trabalha no combate ao HIV/Aids. Em contrapartida, a América Latina tem hoje 1,6 milhão de soropositivos e 800 mil deles não têm acesso a tratamentos médicos, segundo dados da OnuAids.
O diretor regional da OnuAids, César Antonio Núñez afirma que a América Latina promoveu o acesso universal à prevenção, ao tratamento e à atenção, mas ainda há obstáculos para alcançar as metas estabelecidas.
Dados colhidos nas unidades que tratam a Adis no Vale do Aço mostram que, aqui, como em outros lugares do mundo, atingir as metas estabelecidas demandará um longo caminho a percorrer. Na prática, as transmissões do HIV permanecem em crescimento.
Atualmente, 33,3 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, das quais 22,5 milhões estão na África subsaariana, segundo o programa da ONU. As organizações ActUp e Aides estimam que 70% dos doentes do planeta não tenham acesso aos medicamentos antirretrovirais. Mais de 60 milhões de pessoas foram contaminadas pelo vírus da Aids, desde a sua descoberta, há 30 anos, em 5 de junho de 1981.
A doença foi denominada Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids, na sigla em inglês). Originalmente, o vírus parecia atingir a comunidade masculina homossexual nos Estados Unidos, mas logo ficou claro que o vírus se espalhou despercebido, na maior parte do mundo. E o vírus da imunodeficiência humana (HIV) se espalha até hoje, principalmente, por meio da relação sexual desprotegida. Também é identificado o contágio entre usuários de drogas por meio do compartilhamento de agulhas, bem como através de transfusões de sangue não filtrada.
Ipatinga
Desde a descoberta em 1981 a taxa de infecção aumentou drasticamente e atualmente é bastante diversificado. Segundo a Referência Técnica do Centro de Controle de Doenças Infectoparasitárias, Fabiane Cristina de Souza, em cada faixa etária tem um ponto específico que dificulta o uso do preservativo.
Hoje a gente percebe que tem aumentado o número de mulheres casadas com Aids. No casamento é difícil colocar o preservativo. Os jovens têm resistência ao uso de preservativo, mas tem também muitas vezes interesse, curiosidade em saber do assunto, e vai adquirindo informação. Às vezes as pessoas têm certo olhar de que a terceira idade não possui mais sexualidade e isso não é verdade. Deveria ter uma atividade e uma orientação para se prevenirem”, explicou.
De acordo com Fabiane, em Ipatinga, 640 pacientes estão cadastrados no Programa DST/Aids. Deste total, 151 mulheres e 262 homens estão em tratamento, ou seja, usando os medicamentos antirretrovirais. Ainda neste cadastro há o número de pessoas soropositivas, que estão em acompanhamento. São 68 mulheres e 77 homens, que não fazem uso de medicamentos”, informou.
Ainda segundo Fabiane, 32 mulheres e 50 homens se cadastraram para iniciar o serviço e não compareceram mais. Vale ressaltar também que Ipatinga atende 36 municípios. E deste total de 640 pessoas cadastradas no programa, 440 são residentes em Ipatinga e 200 são de outros municípios que realizam acompanhamento no Programa da cidade”, pontuou.
Terapia
Em Coronel Fabriciano, conforme a coordenadora de Atenção Especializada, Juliana Corrêa, 120 pessoas fazem parte do cadastro do Programa DST/AIDS. Sendo que 98 pessoas realizam a terapia com antirretrovirais e 22 são soropositivos. Deste total de 120 pessoas estão em acompanhamento 60 são mulheres e 56, homens. E entre os adolescentes de idade de 13 a 19 anos já temos um menino e três meninas em acompanhamento”, ressaltou Juliana.
O programa
Em Ipatinga, na sede da Unidade Especializada de Saúde, no bairro Cidade Nobre, funciona o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), o Serviço de Atenção Especializada (SAE) e a Unidade Dispensadora de Medicação (UDM) com equipe multidisciplinar.
De acordo com Fabiane Cristina de Souza, o programa faz o acolhimento, a pessoa passa pela equipe de enfermagem, recebe orientação, passa pelo aconselhamento em que trabalha todos os comportamentos que a pessoa teve, quais as vulnerabilidades, dificuldades da pessoa, e em seguida é solicitado o exame para HIV, Sífilis e as Hepatites.
Depois é feita a coleta do material, vai para análise e com o resultado é feito outro aconselhamento em que se trabalha o resultado. Se for negativo, a pessoa recebe orientações de como proceder daqui pra frente e se for positivo como a pessoa deve se preparar para o tratamento”, concluiu.
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