30 de setembro, de 2011 | 00:00

Construção de hemocentro na pauta

Previsão é de que região tenha uma unidade a partir de 2013

Bruna Lage


audiência hemocentro

IPATINGA - Em audiência pública realizada na manhã desta quinta-feira (29), no plenário da Câmara Municipal, lideranças políticas, representantes da Usiminas e Fundação São Francisco Xavier discutiram sobre a construção de um hemocentro em Ipatinga, haja vista a crescente demanda da região, que é atendida pelo hemocentro em Governador Valadares. O encontro foi solicitado pela deputada estadual Rosângela Reis (PV).
As discussões sobre a instalação de um hemocentro no Vale do Aço ganharam força em 2010, quando algumas áreas indicadas para receber o empreendimento foram avaliadas. Duas propriedades da Usiminas tiveram as condições aprovadas, porém um terreno localizado entre a unidade de saúde do bairro Bom Retiro e a unidade 2 do Hospital Márcio Cunha ganhou a preferência dos técnicos da Secretaria de Estado de Saúde.
As negociações para que o Vale do Aço passe a contar com um banco de sangue dependem da definição do terreno para a execução da obra. O governo estadual ficaria responsável pela construção da obra. A PMI deve colaborar, além do terreno, com recursos humanos por meio da Secretaria Municipal de Saúde.
 
Para a deputada Rosângela Reis, o fato de o Vale do Aço ser uma região populosa e com uma grande demanda na área hospitalar justificaria a instalação de um hemocentro, preferencialmente em Ipatinga. "A unidade prestaria serviços de coleta e de transfusão de sangue, além de suporte a pacientes oncológicos, a pessoas com doença falciforme e hemofilia”, esclareceu.
Bruna Lage


junia cioffi
Previsão
De acordo com o superintendente Regional da Saúde, Anchieta Poggiali, a previsão é de que as instalações do hemocentro, cujo orçamento está previsto em cerca de R$ 8 milhões, estejam à disposição da população à partir de 2013.
“Temos, na nossa região, seis hospitais que demandam sangue para cerca de 800 mil habitantes. Do sangue que recebemos, entre 18% e 20% é recusado por falta de qualidade. O hemocentro atenderá toda a demanda não só do Vale do Aço e Caratinga, mas fornecerá hemoderivados para Valadares, que hoje está sobrecarregada”, explicou.
Para o prefeito de Ipatinga, Robson Gomes (PPS), o porte do município já comportaria um hemocentro próprio. “Ipatinga tem uma demanda muito grande e não pode depender de atendimento de cidades como Valadares e Belo Horizonte. Estamos empenhados para agilizar a construção do hemocentro, que trará maior comodidade à nossa população”, pontuou.
Ganhos
Para o diretor executivo da Fundação São Francisco Xavier, Luís Márcio Araújo Ramos, com a implantação de um hemocentro a região ganha em termos de atendimento. “Se consideramos o fato de que cerca de 800 mil habitantes serão atendidos por essa estrutura, poderemos analisar o ganho que a região terá. Então, é de fundamental importância que esse sonho seja transformado em realidade”, resumiu.
A possibilidade de realizar tratamento na cidade onde reside animou Sebastião Carlos, morador do bairro Bom Jardim. Aos 43 anos, ele realiza o tratamento desde os 17 anos e explica que, de três em três meses, precisa ir a Governador Valadares. “Seria uma melhoria muito grande para todos nós hemofílicos com anemia falciforme, e para todos os outros que precisam se deslocar para outros municípios em casos de urgência”, ponderou.
 
Participaram ainda da audiência o diretor do Hospital Márcio Cunha, José Carlos de Carvalho Gallinari, a presidente da Fundação Hemominas, Júnia Guimarães, e o deputado estadual Hely Tarquínio, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, vereadores e prefeitos da região.
 
Bruna Lage


sebastiao carlos

 
Unidade aguarda autorização na esfera estadual
 
 
A presidente da Fundação Hemominas, Júnia Guimarães Mourão Cioffi, anunciou que já existe um estudo técnico para a construção de um hemocentro em Ipatinga, mas que ainda depende de aprovação da Secretaria de Estado de Saúde (SES). De acordo com Júnia Cioffi, a implantação do hemocentro em Ipatinga “está em negociação”.
Além das visitas para avaliar áreas para o prédio, já foram cumpridas outras etapas como a elaboração de um plano de trabalho; um levantamento de recursos humanos; desenvolvimento de um programa arquitetônico; e feita a previsão de recursos financeiros. "O trabalho foi encaminhado à SES para avaliação, mas ainda não tivemos retorno", disse.
 
Após a aprovação do estudo pela SES, conforme Júnia Cioffi, deverá ser cumprida uma agenda de trabalho que passa pela elaboração de um convênio de cooperação mútua entre as instituições governamentais; definição das atividades a serem executadas na unidade para a elaboração do programa de necessidades; disponibilização de recursos financeiros para a construção do hemocentro; elaboração de cronograma de atividades; criação de cargos para o atendimento na unidade; viabilização do projeto arquitetônico; contratação de projetos de engenharia; aquisição de equipamentos técnicos; seleção de recursos humanos; e cessão e capacitação de funcionários para o atendimento.
 
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Região à espera do hemocentro - 25/09/2011
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