18 de setembro, de 2011 | 00:00

Presidente da Aperam fala sobre crise, mas descarta demissões

Produção pode cair entre 10% e 15% no último semestre deste ano e no primeiro de 2012

 
Divulgação


aperam

TIMÓTEO – No cenário de crise que afeta os principais países da Europa e Estados Unidos, todos questionam quais são os efeitos no Brasil e como ficará a situação das maiores empresas do Vale do Aço. Para o cidadão comum, a pior consequência pode ser o desemprego. Durante entrevista concedida nesta semana, no evento que marcou a inauguração do projeto Carvão Vegetal, o presidente da Aperam South America, Clênio Guimarães, garantiu que a planta de Timóteo não sofrerá redução do seu quadro de funcionários. Ele admitiu, porém, que haverá uma queda de até 15% na produção do quarto trimestre deste ano.
Conforme informações da assessoria de Comunicação, a planta industrial instalada no município de Timóteo tem capacidade de produção de 860 mil toneladas anuais de aço líquido. A Aperam South America possui 2,4 mil empregados diretos, a maioria concentrada no Vale do Aço. Com sede mundial em Luxemburgo, a Aperam tem uma capacidade global de produção da ordem de 2,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano, entre os quais 1,7 milhão são de produtos acabados.
Segundo Clênio Guimarães a empresa tem utilizado a cotação do níquel, um dos principais insumos na fabricação do aço inox, para medir os riscos do mercado e a capacidade de produção. “Toda vez que há uma variação do preço do níquel a empresa se adapta às condições do mercado para não sofrer grandes consequências”, explicou. Ainda segundo o executivo, no segundo trimestre do ano o valor deste insumo variou de US$ 25 mil a US$ 28 mil a tonelada, mas no terceiro trimestre houve uma queda para US$ 20 mil a US$ 25 mil.
Divulgação


cênio e bernard
Mesmo com a queda do preço do níquel, Clênio Guimarães afirmou que deve haver uma redução entre 10% e 15% na demanda da Aperam nacional, a ser sentida no quarto trimestre deste ano e no primeiro de 2012. Mesmo com essa queda prevista na produção, Clênio Guimarães garante que a região não sofrerá demissões ou outros problemas sociais no quadro de empregados.
Brasil
Em passagem pela região o CEO da Aperam Mundial, Bernard Fontana, reiterou que, em meio à crise atual, o Brasil é muito importante para o mercado da Aperam, representando um terço das atividades da empresa. “Na Europa, a meta é ocupar as instalações com 80% da capacidade de produção, mas no Brasil a meta é trabalhar com capacidade total”, disse. Conforme Bernard Fontana, a empresa pretende alcançar US$ 250 milhões em redução de custo nos próximos dois anos.
Mercado
Clênio Guimarães informou que a empresa exporta atualmente 15% da sua produção total, e o grande desafio tem sido a alta oferta do aço no mercado, o câmbio desfavorável e a inflação brasileira tornando os custos de produção ainda mais altos. “Por isso, nós temos trabalhado a redução dos custos em todos os setores e, principalmente, no processo do guza que é o principal elemento para a produção do aço”, concluiu o presidente.
 
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário