18 de setembro, de 2011 | 00:00

Aumento do IPI eleva preço de carros importados em até 28%

Em Ipatinga, concessionárias anteciparão importação para fugir do aumento

Arquivo DA


osaka
IPATINGA - Entrou em vigor, na última sexta-feira, 16, um aumento na taxação sobre automóveis importados, numa ofensiva para tentar estimular as montadoras a elevar a produção nacional.
O decreto presidencial nº 7.567, que regulamenta as mudanças na cobrança do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, publicado no Diário Oficial da União, valerá até dezembro de 2012. Na prática, essa mudança poderá gerar um aumento de até 28% nos preços finais dos veículos não produzidos no Brasil.
 
O objetivo da medida, que está aumentando em 30% a alíquota do veículo importado, é proteger os fabricantes nacionais em um momento de aumento da concorrência com os produtos importados.
A previsão é que a medida englobe de 12 a 15 empresas e que metade das importações tenha seu imposto elevado. O aumento não vai englobar os produtos nacionais, ou da Argentina, além do México, países com os quais o Brasil possui um acordo automotivo, desde que preencham alguns requisitos.
 
O aumento do IPI já está em vigor, mas inicialmente todos os veículos estão livres da alta. Em até 60 dias, as empresas têm de comprovar o enquadramento nos critérios. Aquelas que não o fizerem, terão de pagar o imposto maior, retroativamente. A medida chega após várias montadoras anunciarem a redução na produção de veículos devido ao aumento dos estoques nos pátios, como reflexo da economia em desaceleração.
Em Ipatinga, concessionárias como a Osaka, representante Toyota, adotarão como estratégia a importação antes do prazo estipulado pelo governo federal. O preço médio de um automóvel da marca atualmente é de R$ 100 mil.
De acordo com o gerente-geral da agência, João Daniel Feu Tonon, a estratégia para manter as vendas com o preço atual será antecipar a importação dos carros, trazidos do Japão. “Vamos tentar agilizar esse processo, para que os clientes não sintam o peso do aumento em seus bolsos”, explicou.
 
Trabalhando com carros de empresas coreanas e japonesas, Juninho Vital, proprietário da agência Vital Hyundai, em Ipatinga, acredita que o aumento do IPI não deve permanecer por muito tempo.
“Tal aumento se deve à pressão feita pelas montadoras nacionais, mas acredito que logo teremos uma reformulação nesses valores. Os próprios consumidores ficarão insatisfeitos com essa situação, haja vista que, se por um lado o mercado nacional ficará valorizado, por outro não haverá concorrência, já que os preços dos importados estarão lá em cima”, ponderou. Vital acrescenta ainda que é desejo do consumidor deseja ter um leque de opções, e não somente preço baixo.
Critérios
Para não serem atingidas pela taxação maior, as montadoras instaladas no Brasil deverão comprovar que se enquadram em três amplos critérios. O primeiro deles é que pelo menos 65% das peças dos carros tenham sido produzidas no Brasil ou no Mercosul. De acordo com Vital, o cliente que procurar um veículo em sua agência nos próximos três meses não verá diferença no preço.
“Temos uma quantidade de carros em nosso pátio que ainda terá o valor sem aumento do IPI. Passado esse período, teremos uma outra forma de não repassar ao cliente essa alta. É que, no início de 2012, teremos uma montadora em Piracicaba (SP)”, pontuou.
Produção
As empresas deverão executar no Brasil pelo menos seis de 11 etapas do processo produtivo. As 11 atividades listadas pelo decreto presidencial são: montagem, revisão final e ensaios compatíveis; estampagem; soldagem; tratamento anticorrosivo e pintura; injeção de plástico; fabricação de motores; fabricação de transmissões; montagem de sistemas de direção, de suspensão, elétrico e de freio, de eixos, de motor, de caixa de câmbio e de transmissão; montagem de chassis e de carrocerias; montagem final de cabines ou de carrocerias, com instalação de itens, inclusive acústicos e térmicos, de forração e de acabamento; e produção de carrocerias preponderantemente através de peças avulsas estampadas ou formatadas regionalmente.
Por fim, para que os veículos não tenham seu preço elevado, os fabricantes deverão realizar investimentos em inovação, pesquisa de desenvolvimento tecnológico no país, equivalente ao mínimo de 0,5% da receita bruta total das vendas.
 
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