13 de setembro, de 2011 | 00:00
Colégio Angélica ameaçado de fechar até o fim do ano
Crise financeira pode ser o motivo para encerramento das atividades de escola fundada há 61 anos
FABRICIANO A história de uma das mais antigas instituições de ensino do Vale do Aço está ameaçada de chegar ao fim. O tradicional Colégio Angélica, de Coronel Fabriciano, fundado há 61 anos, pode fechar as portas ao término deste ano letivo. A notícia foi recebida com tristeza por pais de alunos, durante uma reunião realizada na noite da última sexta-feira com a direção da instituição.
Logo no início da tarde desta segunda-feira, um grupo de mães se encontrou na portaria do Colégio, em busca de soluções e medidas que possam impedir o encerramento das atividades do educandário. Segundo relatos de algumas participantes da reunião de sexta-feira, a notícia surpreendeu a todos, seguindo-se um clima de tristeza e perplexidade.
Muito conhecido por sua influência religiosa na formação dos alunos, o Angélica sempre contou com o apoio das freiras carmelitas na sua administração e organização pedagógica. O possível motivo do fechamento da escola seria uma crise financeira, agravada nos últimos cinco anos, quando a instituição mantenedora, as Irmãs Carmelitas da Divina Providência, começou a cogitar o fechamento da unidade.
A reportagem do DIÁRIO DO AÇO procurou a direção da escola, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto. No escritório das Irmãs Carmelitas, em Belo Horizonte a superiora geral da congregação, Irmã Dazir, também não foi localizada para dar explicações. Conforme a informação, a religiosa estava viajando.
História
Fundado pelo arcebispo de Mariana, Dom Helvécio Gomes de Oliveira, em 1950, o Colégio Angélica foi criado para atender a demanda das famílias que vinham para a região participar da construção do parque siderúrgico e industrial no Vale do Aço.
O nome do colégio foi uma homenagem à mãe de Joaquim Gomes, então superintendente da Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira, empresa que doou o terreno para a construção do colégio. Até 1968, o colégio funcionou em regime de internato, para hospedar as adolescentes das cidades vizinhas que vinham para Coronel Fabriciano concluir o antigo ginasial e magistério.
Mães se manifestam pela continuidade
Não é necessário conhecer muito da história do Colégio Angélica para saber que a educação ministrada pelas irmãs carmelitas alcançou várias gerações de famílias de Fabriciano e região. Sua fachada, com dezenas de janelas, é um dos principais cartões postais do município. Anexo à instalação da escola, a capela também serviu de prática religiosa para pioneiros da região ainda na formação das cidades vizinhas.
Sensibilizadas com a crise do colégio, um grupo de mães irá organizar um ato público nesta quarta-feira (14), em frente à escola, a partir das 12h45, para pedir a permanência das atividades do colégio. A empresária Alessandra Nogueira, 40, além de ex-aluna, possui duas filhas matriculadas no colégio. Queremos lutar para que o colégio continue aberto com o mesmo sistema de ensino mantido pelas irmãs carmelitas há tantos anos”, manifestou.
Segundo a advogada Cynara Soares Drumond Anísio Pereira, 36, o grande diferencial da escola está na estrutura física e no rigoroso sistema de ensino. Nossos filhos sempre foram recebidos com muito carinho aqui, além de contar com uma estrutura física e arborizada que poucas escolas oferecem”, ressaltou.
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