03 de junho, de 2011 | 00:00
Reinserção de detentos na região
Representantes da Fiemg e juíza discutem formas de mobilizar empresários
IPATINGA - Com o objetivo de unir esforços para promover a reinserção do preso no mercado de trabalho, a juíza da Vara de Execuções e Precatórias Criminais da comarca de Ipatinga, Marli Maria Braga Andrade, participou de uma reunião na tarde desta quinta-feira (2), com o gerente de projeto do Instituto Minas pela Paz, Eneas Alessandro da Silva, e a agente de responsabilidade social da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), regional Vale do Aço, Patrícia Machado Barbosa.
Na oportunidade, Eneas apresentou à magistrada iniciativas desenvolvidas pelo Instituto Minas pela Paz. Entre elas, o projeto Regresso, que visa estimular as empresas a contratar egressos do sistema prisional; o projeto Horizontes, cuja proposta é promover a qualificação profissional dos egressos; e o projeto Recuperando, voltado para o desenvolvimento de cursos educacionais e profissionalizantes junto ao imenso contingente de presos que não possuem qualificação.
Temos trabalhado junto às comarcas de todo o Estado para mobilizar as empresas a abrirem suas portas aos egressos”, destacou Eneas. O representante do Instituto lembrou ainda que, desde 2009, a lei estadual nº 18.401 beneficia as empresas participantes do projeto Regresso, com o pagamento de subvenção de dois salários mínimos, durante 24 meses, para cada egresso contratado.
A lei tem auxiliado bastante. Porém, ainda encontramos dificuldades em algumas regiões, devido ao fato de muitas empresas exigirem o ensino médio completo para admissão. Para se ter uma ideia, das mil vagas oferecidas nas regiões de Belo Horizonte e Uberlândia desde julho de 2009, apenas 150 foram preenchidas”, revelou.
Destaque
A juíza Marli Maria Braga, por sua vez, ressaltou que, diferentemente do que ocorre na maior parte do país, a comarca de Ipatinga ocupa lugar de destaque no que diz respeito ao aproveitamento de presos no mercado de trabalho. Aqui, na comarca, temos uma penitenciária modelo, que é a Dênio Moreira de Carvalho, e várias empresas parceiras que já colaboram de forma significativa na reinserção dos presos. Porém, desejamos unir esforços com o Instituto, pois precisamos voltar nossos olhares também para o Ceresp, onde há atualmente 517 presos, sendo 222 cumprindo pena”, revelou.
Conforme a juíza, há também uma preocupação especial com o público feminino. Temos hoje, no Ceresp, 65 mulheres, sendo 31 delas sentenciadas. Precisamos oferecer cursos de capacitação a este público”, observou.
A magistrada lembrou ainda dos esforços empreendidos no Vale do Aço para a construção de uma unidade da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac), e solicitou o auxílio dos representantes da Fiemg para concretizar o projeto, que há cinco anos não consegue sair do papel. A Apac é uma necessidade. Precisamos muito também do apoio das empresas neste projeto, salientou.
A agente de responsabilidade da Fiemg, Patrícia Machado, afirmou que a unidade regional da federação apoiará as atividades do Instituto no Vale do Aço, levando aos empresários informações sobre os projetos e incentivando-os a participar. Essas ações representam a cidadania corporativa, a responsabilidade social. E, por isso, devem ser incentivadas”, resumiu Patrícia.
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