
20 de maio, de 2011 | 00:01
Empresário nega fraude com material didático do Enem
Empresa acusada de golpe do diploma se defende
DA REDAÇÃO O golpe do diploma”, recentemente divulgado por um jornal de Belo Horizonte, deixou alguns ipatinguenses preocupados. Isso porque representantes da empresa responsável pela suposta fraude estiveram em Ipatinga na sexta-feira (13), quando apresentaram o projeto durante palestra ocorrida no auditório da Associação Comercial de Ipatinga (Aciapi).
Nas reuniões são apresentadas as vantagens que o estudante tem ao fazer o exame, como a obtenção do diploma de conclusão do ensino médio e a inserção no Programa Universidade Para Todos (Prouni), bolsa de ensino superior fornecida pelo governo federal. A empresa produz e comercializa material didático para que o aluno possa se preparar para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A matéria veiculada no jornal da capital mineira dá conta que o suposto golpe teria feito vítimas em mais seis cidades além de Ipatinga Arcos, Araxá, Bom Despacho, Divinópolis e Itabira e resultou na prisão de duas funcionárias da empresa. Nesse caso, uma das profissionais é acusada de ter mentido na palestra ocorrida no município de Arcos. Ela teria dito que a compra do material comercializado garantiria a emissão do diploma ou o ingresso ao Prouni, o que configura propaganda enganosa.
Erro
O DIÁRIO DO AÇO entrou em contato com o dono da empresa, Roberto Corazza, que admitiu o erro da funcionária em Arcos, mas garantiu que a orientação não é essa. A funcionária foi muito infeliz na sua palestra na cidade de Arcos. Mas deixo claro que a informação errada partiu de uma decisão individual dela. Como ela trabalha com comissão nas vendas do material didático, isso pode ter motivado sua mentira para estimular seus ganhos. Só estamos esperando, inclusive, que essa funcionária seja solta para a desligarmos do nosso quadro de pessoal. No entanto, ressalto que não se trata de uma prática da empresa. Nós fazemos questão de destacar que se trata de um material preparatório para a prova do Enem”, declarou o proprietário do Portal Enem.
Conforme Corazza, nas apresentações, antes de falar dos kits didáticos, é feita uma exposição sobre o Enem. Muita gente não sabe das possibilidades do Enem. Os estudantes não têm o conhecimento que uma boa nota no exame pode ajudar a conseguir uma vaga no Prouni ou ainda permite que seja utilizada para obter o diploma de conclusão do ensino médio. Nós vendemos e deixamos bem claro isso, que nosso material vai ajudar na preparação para a realização das provas do Enem, mas que o sucesso só depende do esforço e dedicação do próprio aluno. No caso do diploma do ensino médio, inclusive, somente a Gerência Regional de Ensino, órgão do Estado, é que pode fazer essa emissão. A gente só disponibiliza material para que os alunos possam se preparar”, esclarece Roberto.
Ação judicial
No caso da reportagem produzida pelo veículo de imprensa de BH, o dono da empresa garante que vai acionar o jornal na Justiça. Quando li a matéria, senti-me a pior das pessoas. Acontece que as informações ali contidas não são verdadeiras. Foi colocado na reportagem que nossa empresa é uma quadrilha de criminosos. Isso é uma calúnia. Tanto é que nós temos sites, telefones, tudo dentro da legalidade. Não temos por que nos esconder e já estou em conversa com meus advogados e devo, sim, entrar com uma ação judicial contra o jornal”, adiantou.
Investigação
Motivados pela divulgação, dois ipatinguenses já entraram com representação junto à Polícia Civil. Um inquérito foi instaurado para investigar o caso. Participaram da palestra, promovida em um salão alugado no Centro de Ipatinga, cerca de 200 pessoas. Deste total, 41 adquiriram o material didático.
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