05 de maio, de 2011 | 00:00

Indefinição nas obras da rua Pouso Alegre já dura 20 anos

Wôlmer Ezequiel


RUA POUSO ALEGRE

IPATINGA – Os moradores da rua Pouso Alegre, no Centro, na região do antigo cemitério, convivem há cerca de duas décadas com a incerteza. Isso porque existe um projeto, datado dessa época, que prevê a pavimentação asfáltica e continuação da via.
Esse novo trecho interligaria a Pouso Alegre às ruas Varginha e Belo Horizonte. No entanto, como existem várias residências no caminho, inúmeras famílias teriam que ser desapropriadas. E é justamente a falta de informações que deixam as dúvidas no ar.
 
Os residentes da área contaram à reportagem do DIÁRIO DO AÇO que, recentemente, o vereador Saulo Manoel (PT) anunciou que conseguiu, junto ao governo federal, a liberação de cerca de R$ 16 milhões para as obras.
No entanto, os moradores alegam que o parlamentar já teria marcado reuniões com a comunidade para dar explicações sobre a continuidade do projeto e não compareceu.
 
“Ele chega, marca a reunião, mas depois desmarca e não aparece. Isso é ruim porque acaba prejudicando o esclarecimento. Tem caso de gente que mora em Belo Horizonte e tem interesse em resolver essa situação. Uma mulher viajou para vir a essa reunião e ela não aconteceu”, contou o vigilante Marco Aurélio de Araújo, que mora na área “em vias de desapropriação” há 40 anos.
Wôlmer Ezequiel


PRAÇA RUA POUSO ALEGRE
Recursos
Procurado pelo DIÁRIO DO AÇO, o vereador Saulo Manoel afirma que há um mal-entendido. “Falei para os moradores que vou pleitear recursos junto ao Ministério das Cidades, por meio do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (Fnhis). Já conversei extra-oficialmente com o Ministro das Cidades, Mário Negromonte, mostrando as reivindicações e tive um aval positivo. Vou apresentar o pedido agora em junho, mês em que o Fnhis começa a receber os projetos. Estou solicitando R$ 15 milhões para fazer um trabalho de urbanização da área, regularização das casas e indenizações aos moradores que tiverem que ser desapropriados”, explicou o vereador.
Com relação à reunião com a comunidade, Saulo disse que não compareceu por causa de um compromisso “inadiável” surgido de última hora. Anunciou que vai se encontrar nesta quinta-feira (5) com os moradores, às 19h, na própria rua Pouso Alegre. Segundo Saulo Manoel, será uma reunião totalmente aberta para esclarecimentos.
Abandono
Os residentes da rua Pouso Alegre alegam que a questão envolvendo o complemento da rua é incômoda e sem a atenção necessária.
“Já passaram vários prefeitos desde quando foi anunciado que iriam fazer as obras, mas nada ainda foi feito. Nossa preocupação é o que vai acontecer com a gente. Se a área vai mesmo ser desapropriada, e como vão funcionar as indenizações. Mas parece que a gente só importa para os políticos na época das eleições. Nessa época eles vêm aqui e prometem ‘mil’ coisas. Depois que assumem, todos eles tomam ‘chá de sumiço’. É uma falta de respeito com a população”, indigna-se a dona de casa Ana Maria Silva.
As ruas da área do antigo cemitério não possuem pavimentação. A rede de esgoto foi feita pelos próprios moradores. “Um antigo prefeito colocou asfalto só até metade da rua Pouso Alegre, visando seus próprios interesses. Isso porque a escola particular que tem na rua é da irmã desse ex-prefeito. Quem mora mais para frente ficou esquecido. Tem uma praça que está totalmente destruída, servindo apenas de ponto de encontro para usuários de drogas. O atual prefeito disse que não vai reformar ela porque a intenção é dar continuidade às obras. O problema é esse. Tudo fica só na conversa e nada sai do papel”, desabafa Marco Aurélio.
Revitalização
A administração municipal informou, por meio da assessoria de Comunicação, que conta com dois projetos para melhorias na área Central da cidade, sendo que um deles se refere a um estudo amplo de requalificação do Centro e adjacências.
Além disso, a Secretaria de Obras Públicas também tem um projeto de revitalização na área apontada pelos reclamantes. Em nota enviada pela assessoria, foi informado que ambos os planejamentos são programados para que sejam executados por meio de financiamento ou parceria com o governo federal.
 
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