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12 de abril, de 2011 | 00:05

Criança morre com sintomas de dengue

Mãe de menino de dez anos relata que atendimento do filho em Timóteo foi precário

Arquivo DA


UPA OLARIA

TIMÓTEO – Uma criança, moradora da avenida Maurício Poggiali, no bairro Recanto do Sossego, em Timóteo, morreu nesta segunda-feira com sintomas de dengue hemorrágica.
Gabriel Pires Silva tinha 10 anos e segundo a mãe, Maria Aparecida Silva, ele começou a passar mal no domingo (3), com febre alta. Na segunda-feira (4) a criança continuou a passar mal e começou a aparentar manchas pelo corpo.
A criança foi então levada à Unidade de Pronto Atendimento, no bairro Olaria, onde a médica de plantão passou pedidos de exames clínicos, descartando inicialmente a possibilidade de dengue. Gabriel foi medicado com benzetacil (antibiótico injetável) e liberado.
Segundo a mãe, já em casa, Gabriel só piorou e teve que retornar à UPA, onde outro médico diagnosticou a possibilidade de dengue tipo II, com as orientações do acompanhamento da doença.
“Fui para casa e, já na quinta-feira (7), as plaquetas estavam muito baixas. Levei o meu filho novamente para o posto médico, já muito ruim. Houve um jogo de empurra enquanto a situação só piorava. A criança foi transferida para o hospital e, com muito custo, foi colocado no soro”, reclama.
 
Maria Aparecida relata que acompanhou o filho todos os dias ao hospital e seu quadro só piorava, até que, nesta segunda-feira, acabou morrendo após ser medicado com dipirona e plasil, por causa dos vômitos.
“Descobri agora que pacientes com suspeita de dengue não poderiam tomar esses medicamentos. Procurei a imprensa porque entendo que meu filho foi medicado de forma errada. Levaram um pedaço de mim. Esse caso precisa ser investigado, para não acontecer com outras famílias. Sou pobre e não tenho condições de lutar contra aqueles que são grandes, mas tenho esperança que a justiça seja feita e punidos os que responsáveis pelos erros desde o primeiro atendimento”, afirmou.
Resposta
A assessoria de Comunicação da administração de Timóteo informou, por meio de nota, que “o Departamento de Saúde Coletiva já está tomando as providências a respeito da investigação epidemiológica para comprovar ou não a suspeita de dengue hemorrágica”.
Ainda segundo a assessoria, é temerário afirmar ou negar, precipitadamente, a causa do óbito como sendo um caso de dengue hemorrágica até que o resultado seja remetido pela Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte.A previsão é que o mesmo saia em até 30 dias.
Quanto à reclamação em relação aos possíveis erros no atendimento médico, a Secretaria de Saúde pede, por meio da nota, que as pessoas comuniquem formalmente à administração, para que a representação seja avaliada e as providências tomadas em cada caso.
Hospital
O Hospital e Maternidade Vital Brazil confirma que atendeu Gabriel Pires a partir das 08h42 do dia 7 de abril, quando o paciente deu entrada com quadro de febre, prostração e abdômen flácido, sintomas da dengue.
No dia 8, os resultados dos exames apontaram queda brusca nas plaquetas: 12 mil. A criança teve crises convulsivas e foi levada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital.
“Mesmo com tentativas, manobras de ressucitação e com todos os recursos, não foi possível reverter o quadro hemorrágico de múltiplos órgãos da febre, quando a criança veio a óbito às 11h do dia 9”, conclui a nota.
 
Ainda segundo a nota, todas as medidas de assistência foram tomadas, sendo inexistente qualquer possibilidade de falta de atenção médica. A equipe médica também descarta que tenha sido aplicado qualquer tipo de medicamento com contraindicação em casos de suspeita de dengue.
 
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