05 de abril, de 2011 | 00:00
Médicos aderem ao protesto contra os planos de saúde
Entidades alegam que interferência prejudica qualidade de serviços
IPATINGA Os médicos do Vale do Aço que atendem aos planos de saúde realizam uma paralisação nesta quinta-feira (7), no Dia Mundial da Saúde.O movimento, organizado pelas três principais entidades médicas do país Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e Associação Médica Brasileira (AMB) vai ocorrer simultaneamente em diversas cidades pelo Brasil.
No dia do protesto, não serão realizadas consultas e procedimentos eletivos e os pacientes previamente agendados serão atendidos em nova data. Já os casos de urgência e emergência receberão atendimento normalmente.
De acordo com o médico pediatra José Gaspar, representante do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) no Vale do Aço, as reivindicações da classe são motivadas pela forma com que as empresas de planos de saúde tratam os médicos e pacientes.
Observamos hoje uma interferência muito grande por parte das empresas de planos de saúde no trabalho dos médicos. Elas colocam uma série de obstáculos para a solicitação de exames e internações, fazem pressão para a redução de alguns procedimentos, cobram a antecipação de altas e a transferência de pacientes. Essa intervenção na relação médico-paciente acaba comprometendo a qualidade do atendimento”, contou.
Conforme o representante do CRM, essa pressão junto às operadoras se faz necessária, uma vez que as taxas cobradas têm registrado aumentos sucessivos, sem que isso reflita na qualidade do serviço prestado. Na verdade, o que a gente percebe é que ocorre o contrário, e isso resulta em cada vez mais restrições e interferência no trabalho dos médicos”, completa José Gaspar.
O movimento serve também para alertar sobre a situação vivida por inúmeras empresas que oferecem o serviço de saúde complementar. Segundo informações contidas no documento elaborado pelas entidades de classe, os contratos entre as operadoras e os médicos são irregulares e estão em desacordo com as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)”.
Outra reivindicação dos médicos é com relação aos reajustes salariais ocorridos nos últimos 10 anos, que eles consideram irrisórios, se comparados com o aumento observado nas mensalidades, que ficaram bem acima da inflação.
Insatisfação
A expectativa do CRM-MG, segundo informou o representante na região, é de que, apesar da iniciativa ser voluntária, a adesão seja expressiva, visto que a insatisfação por parte dos médicos é nítida em relação a esses temas. Foram distribuídos cerca de 5 mil cartazes com as reivindicações da classe nas instituições que trabalham com planos de saúde.
O pediatra espera contar com o apoio da população, por entender que o principal objetivo da manifestação é que seja oferecido um serviço de melhor qualidade aos pacientes que utilizam a saúde complementar. José Gaspar reforça que as paralisações serão somente dos procedimentos eletivos.
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