
24 de março, de 2011 | 00:00
Pneumologista alerta para doenças de outono
Problemas respiratórios são agravados pelas quedas da temperatura e umidade
IPATINGA No outono, a previsão é que as altas temperaturas e chuvas esporádicas abram espaço para um clima mais ameno. Junto com a mudança climática, chegam as doenças respiratórias.
O DIÁRIO DO AÇO conversou, na tarde desta quarta-feira (23), com o médico pneumologista Marcelo Hauck Mansur, que orientou sobre os cuidados básicos nesse período de temperaturas mais baixas.
Segundo climatologistas da Cemig, a previsão é que as temperaturas mínimas fiquem ligeiramente abaixo da média. Para a região Leste, a média da temperatura mínima para o período é de 15ºC, sendo que em abril as médias devem ficar em 17ºC, maio (15ºC) e junho (13ºC).
Já as temperaturas máximas médias devem ficar dentro do esperado, atingindo 27,3ºC. O outono termina no dia 21 de junho, quando tem início o inverno.
Diante disso, essa queda de temperatura vem acompanhada da redução da umidade do ar, que propicia alterações nas vias respiratórias. Com o tempo mais seco, a poeira fica mais evidente, ainda mais em Ipatinga que é um polo industrial.
Nesse período são recorrentes as chamadas doenças ites, como rinite, sinusite, otite, mas as mais comuns mesmo são as gripes e viroses. Isso ocorre em virtude do ressecamento das vias aéreas que ficam mais propícias às irritações. Assim, as pessoas acabam mais suscetíveis a essas doenças”, explicou o pneumologista.
O especialista disse que algumas ações preventivas podem minimizar os riscos de contágio por essas enfermidades. Ele sugere que as pessoas devem ter mais cuidado com a higiene pessoal e lavar as mãos com mais frequência.
Evitar ambientes com aglomeração de pessoas e pouco arejados também é recomendado, além de uma maior hidratação e uma boa alimentação, com o consumo de alimentos que contém vitamina C e antioxidantes.
Ações simples podem diminuir a incidência dessas doenças sazonais. Lavar as mãos, limpar o ar-condicionado, evitar a permanência em ambientes fechados e com aglomerações, tudo isso é fácil de fazer e ajuda a evitar as doenças respiratórias tão comuns no outono. Outra coisa é procurar atendimento médico para que seja desenvolvido o tratamento adequado”, avalia o especialista.
Marcelo Hauck considera as vacinas para gripe, principalmente para as crianças e idosos, de extrema importância. Segundo o pneumologista, apesar de a vacina não evitar o contágio pela doença, ela diminui o risco de complicações mais graves.
Combate
A Secretaria Municipal de Saúde informou que as ações de promoção à saúde estão sendo intensificadas por meio do Programa Respirar, voltado ao atendimento de crianças e adolescentes até 18 anos.
A pediatra e uma das coordenadoras do programa, Letícia Souza Lima, disse que a intenção é evitar as crises decorrentes de problemas respiratórios que tendem a aumentar nesta época do ano.
Devido ao trabalho já desenvolvido, acreditamos que o número de casos é menor e quem faz o tratamento regularmente consegue obter bons resultados”, avalia.
Letícia informou que todos os profissionais das unidades de saúde estão capacitados para atender pacientes com doenças respiratórias. Os casos que exigem acompanhamento específico são encaminhados para os programas. O tratamento depende da classificação e dos sintomas. A asma pode incorrer em crises esporádicas também”, explica.
Para a coordenadora, a educação é fundamental para o controle e manejo dos sintomas. Pacientes com sintomas persistentes que influenciam na qualidade de vida usam medicamentos, diariamente, fornecidos pelo programa”, completa.
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