19 de dezembro, de 2010 | 00:07

CAEI, Acesita e agora Aperam

História da siderúrgica que mudou o destino do Vale do Aço é retratada em muro histórico

Hermes Quintão


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TIMÓTEO - Azulejos históricos decoram as escadarias da Igreja São Sebastião de Timóteo. Estão desgastados pela ação do tempo, da ação de vândalos e da falta de conservação. Mesmo assim, observá-los é voltar no tempo em que a região começou a ser delineada como Vale do Aço. 
Os azulejos têm mais de 40 anos e contam a saga dos pioneiros e da empresa que está renascendo como Aperam; já foi chamada de CAEI e passou para a história como a pioneira Companhia Aços Especiais de Itabira e, posteriormente, como Acesita S/A.
A usina foi construída em solo timoteense, mas pensada para existir na poética Itabira de Carlos Drumond de Andrade, pelo empreendedor norte-americano Percival Farquhar. Na década de 1920, o investidor dos Estados Unidos lançou, no Brasil, a ideia de construir uma siderúrgica de aços inoxidáveis, agregando valor “in loco” ao minério de ferro retirado nas entranhas das terras itabirenses.
Para sorte do Vale do Aço, o terreno montanhoso de Itabira impediu Percival Farquhar de construir a usina de aços especiais naquela cidade. O americano, então, procurou nas “vizinhanças” até encontrar o terreno ideal para a empreitada, em uma grande fazenda de terreno plano, localizada entre o rio Piracicaba e o pico que viria a ser chamado de Ana Moura.
Na última quinta-feira, foi anunciado, no Principado de Luxemburgo, a denominação do negócio de inoxidáveis da ArcelorMittal para a unidade de Timóteo após o seu desmembramento da multinacional em 25 de janeiro. Aperam, como será denominada a antiga Acesita, é um player global com operações em mais de 30 países.


Plebiscito aprovou mudança do  nome da cidade para Acesita

A Cia. Aços Especiais de Itabira foi fundada em 31 de outubro de 1944, a partir dos estudos da Itabira Iron, desenvolvidos por volta de 1920, sob a orientação de Percival Farquhar.
Com ela, nasceu não somente uma usina, mas toda uma região que se transformaria em uma das mais pujantes do Estado. Em reconhecimento ao progresso trazido pela companhia, houve um plebiscito para tentar mudar o topônimo Timóteo para Acesita. 
A troca do nome chegou a ser aprovada pela maioria da população no plebiscito realizado em 1980. Mas a mudança se efetivou por que foi barrada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. 
Venceu a “tradição” do nome Timóteo, mais antigo que Acesita, que remonta aos pioneiros que fundaram a vila que deu origem a Timóteo, na segunda metade do século XIX. 
Veja abaixo as imagens das pinturas no entorno das escadarias da Igreja São Sebastião de Timóteo
 
Hermes Quintão


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