20 de outubro, de 2010 | 23:00

Plantão de drogarias é precário

Apenas um estabelecimento garante o atendimento 24 horas em Ipatinga

Wôlmer Ezequiel


FARMACIA INDIANA

IPATINGA – De acordo com lei nº 1386/95, que trata do funcionamento das farmácias no município, os estabelecimentos devem ser abertos durante 24 horas, em sistema de rodízio, no Centro da cidade.
Na prática, a realidade é outra. Como nos bairros não existe esquema de plantão noturno, apenas uma drogaria, de uma grande rede, tem assegurado a venda de medicamentos no período noturno.
Há cerca de 10 anos, outras farmácias funcionavam 24 horas no Centro de Ipatinga, mas optaram por encerrar sua participação no rodízio de plantões. Hoje a maioria funciona até às 23h, com licença especial da administração pública.
“Era muito complicado trabalhar neste regime, porque não se encontra com facilidade funcionários que querem trabalhar à noite. Além disso, a gente ainda tinha gastos com um segurança e outros custos por permanecer com a farmácia aberta à noite”, explica Márcio Lúcio Dutra, dono de uma drogaria no Centro de Ipatinga.
Com isso, apenas a rede Indiana tem garantido as vendas de medicamentos no período noturno. A administradora da rede de farmácias Indiana, Lucimar Alves, explica que em municípios onde existem lojas da rede instalada, pelo menos uma farmácia deve funcionar no período de 24 horas.
Ela esclarece que, atualmente, a farmácia dá conta da demanda em Ipatinga. A administradora acrescenta que as vendas durante a madrugada não representam nem 5% do que é vendido durante o dia. “As vendas são irrisórias. Não é comum as pessoas fazerem compras neste período, somente no início do mês até 1h da madrugada o volume de vendas é maior”, pontua.
Para a presidente da Associação dos Farmacêuticos do Vale do Aço, Gizele Leal, o ideal é fazer um levantamento por bairro para não restringir o acesso da população, já que a lei permite aos estabelecimentos a abertura 24 horas, desde que tenham o alvará específico.
“De repente, só uma drogaria não dá para atender toda a população. Mas é preciso ponderar a situação. As grandes farmácias têm funcionários para atuar durante as 24 horas, mas as de bairro podem não ter a mesma condição”.
Wôlmer Ezequiel


LUCIANO RENA

Em Coronel Fabriciano e Timóteo também há legislação determinando o plantão noturno no Centro e nos bairros, mas somente a drogaria que pertence à grande rede presta esse serviço.
Necessidade
O vice-presidente do Conselho Regional de Farmácias (CRF) em Ipatinga, Luciano Rena, acredita que o porte da cidade torna necessário que mais uma de uma farmácia trabalhe no período de 24 horas.
No entanto, acrescenta que os custos por estes serviços desestimulam os estabelecimentos.
“Com apenas uma loja aberta não há concorrência e isso gera reclamação por parte do consumidor, porque tem farmácia que não entrega em casa uma mercadoria de valor muito baixo. Então, a gente vê a necessidade de mais uma drogaria aberta no plantão noturno”, considera.
Wôlmer Ezequiel


GIZELE LEAL
  Fiscalização
Desde 1973, a lei nº 5.991 obriga que um farmacêutico permaneça durante todo o horário de funcionamento do estabelecimento. Mas, de acordo com Luciano Rena, apenas em 2008 foi notada a presença deste tipo de profissional nas drogarias.
Na fiscalização do CRF, conta Luciano, já foram encontrados estabelecimentos descumprindo o horário declarado ao Conselho, funcionando até a meia-noite sem a presença do farmacêutico.
 
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