05 de outubro, de 2010 | 13:45

Uma semana para limpar o lixo eleitoral

Após reclamação geral dos eleitores contra o material de campanha despejado nas ruas, lixo será retirado gradativamente

IPATINGA – A pedido da Justiça Eleitoral, o serviço de limpeza urbana agiu na madrugada de sábado para domingo e conseguiu limpar as entradas da maioria dos locais de votação. Assim que os carros dos apoiadores lançavam as “sobras” de material de campanha em frente aos locais de votação, as equipes de limpeza urbana entravam em ação, juntavam e recolhiam o lixo.
Os cabos eleitorais perceberam a estratégia e passaram a lançar santinhos e material de propaganda nas proximidades. Por isso, este ano as ruas próximas aos locais de votação estavam tomadas por grande quantidade de papel. 
Na entrada do bairro Vila Celeste, um morador não gostou de ver a frente de seuestabelecimento cheio do “lixo eleitoral” e tratou de varrer, ele mesmo, a sujeira. A reprovação das pessoas foi demonstrada de várias formas.
O serviço de varrição segue a programação normal. Com isso, as ruas serão limpas gradativamente, na medida em que as equipes seguirem a programação e atingirem as ruas tomadas pelos papéis da propaganda política.
  Moradora do bairro Veneza I, Sílvia Helena disse ter ficado assustada com a quantidade de propaganda eleitoral despejada de madrugada na entrada da avenida Macapá. O material predominantemente de uma candidata do PT, deixou a calçada avermelhada. “O pior é saber que a limpeza dessa sujeira toda é paga por nos mesmos, moradores da cidade. Acredito que precisa ser encontrada uma alternativa a essa situação vergonhosa”, diz a eleitora. 
Em Ipatinga, a Vital Ambiental espera limpar toda a cidade até o fim da semana. A retirada do material é feita na mesma programação de varrição das ruas. “A exceção ocorre nas proximidades dos locais de votação, que começaram a ser limpos nesta segunda-feira”, explica o gerente do contrato da Vital Engenharia Ambiental, Lélis Antônio Carlos.

Reciclagem
O pedreiro Carlos Vanilsom decidiu dar uma destinação mais nobre para parte dos cavaletes deixados pelos candidatos indevidamente nos canteiros centrais. O pedreiro arrancou a lona com a propaganda política e recolheu a madeira que emoldura os cavaletes. 
Os cavaletes deveriam ter sido recolhidos pelos apoiadores dos candidatos até às 22h de sábado. Como muitos “esqueceram” a propaganda nas ruas, a Justiça Eleitoral determinou o recolhimento do material pela Polícia Militar. Caberá ao Ministério Público Eleitoral e ao juiz da zona eleitoral onde a infração foi cometida, o estabelecimento da punição. As multas pela propaganda eleitoral irregular podem variar entre R$ 2 mil e R$ 8 mil.
Os cavaletes foram recolhidos pela PM e o material acumulado ao longo do dia três no Ginásio da Aciaria. Ao fim do dia foram redigidos relatórios pelos policiais militares a serem encaminhados aos juízes eleitorais.
Timóteo recolhe oito toneladas
Em Timóteo, o serviço de limpeza urbana intensificou ontem o trabalho nas ruas e avenidas. Foram priorizados principalmente os locais próximas às 155 seções eleitorais.
Uma frente de trabalho com 80 homens e três caminhões basculantes recolhe panfletos, santinhos e cartazes, espalhados por toda cidade. A estimativa do Departamento de Limpeza Urbana é que a limpeza seja concluída em três dias, sendo retirados das ruas cerca de oito toneladas de lixo eleitoral.  

 
Desrespeito com o eleitor 
O leitor, Caio Andrade, enviou ao DIÁRIO DO AÇO a seguinte mensagem: "Demonstrando total descaso antes mesmo das eleições começarem, candidatos e seus apoiadores já inundavam as ruas de nossas cidades com uma infinidade de panfletos e santinhos de campanha. Trata-se de um método onde a divulgação é pouca (já que são muitos e estão em montes) e a sujeira é enorme.
Foi desagradável ter que ir fazer seu papel de cidadão e votar quando as ruas de sua cidade estão sendo sujas por aqueles que dizem merecer seu voto. Aos políticos e apoiadores de campanha, mais consciência ambiental. A ação demonstrada foi uma contradição enorme".