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17 de setembro, de 2010 | 21:30

Centro de tecnologia da solda aguarda ação institucional

Empresas do Vale do Aço precisam de ganho de qualidade para disputar mercados

Alex Ferreira


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RIO DE JANEIRO – As instituições ligadas ao desenvolvimento econômico e representantes da indústria metalmecânica do Vale do Aço deverão ser envolvidas nos estudos de viabilidade de um Centro de Tecnologia da Solda para a região. O entendimento partiu da missão empresarial que nesta semana esteve no Rio de Janeiro para participar da feira Rio Oil & Gas Expo and Conference e de visitas técnicas a instituições como o Centro de Tecnologia da Solda (CTS), do Serviço Nacional da Indústria (Senai)/Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), localizado no bairro de Maracanã, na capital fluminense. A missão foi organizada pelo Sindicato das Indústrias do Setor Metalmecânico e coordenada pelo vice-presidente da entidade, Gláucio Luiz Gaze Campelo.
O CTS é uma experiência de 26 anos. Além de qualificar e formar mão de obra, investe pesado em pesquisas. Com exigências cada vez maiores nas soldas para atender o setor de petróleo e gás, no topo dos investimentos atualmente, o CTS virou uma referência para fins de qualificação de trabalhadores, certificação e pesquisas. A equipe do CTS é composta por engenheiros e três doutores especialistas. As pesquisas que já avançaram com o plasma, o laser, processos híbridos (aço e produtos não metálicos) e até fibra de carbono agora avançam rumo à nanotecnologia, com soldas em escala microscópica.
A conclusão da missão empresarial do Vale do Aço é que a região já deveria ter implantado, há muitos anos, um centro de tecnologia da solda, pois agora a indústria regional, embora capaz de produzir em quantidade e qualidade para atender à demanda do setor de petróleo e gás, está refém das certificações e pesquisas de outros centros. Diante desse desafio de recuperar o tempo, os empresários voltaram na quinta-feira ao Vale do Aço com algumas orientações. Primeiro, organizarão as entidades representativas, mapearão o que já existe em termos de estudos da solda, além de analisar a demanda.
 
Alex Ferreira


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Institucional
Integrante da comitiva, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marco Sena, disse ter ficado claro que o Vale do Aço está atrasado em muitas décadas. Preocupou-se muito com a produção, alcançou sucesso com essa prática, mas agora se depara com o gargalo de não ter investido em pesquisa, um trabalho que não é barato. “A ação para que o centro de tecnologia da solda seja uma realidade precisa ser institucional. O esforço compensa porque tornar-se referência significa canalizar novos negócios”, analisa.
Já o presidente da Agência para o Desenvolvimento de Ipatinga (ADI), Elísio Cacildo, acredita que o projeto poderá utilizar o Instituto de Tecnologia de Aço e Mineração (Itam) existente no Vale do Aço. “Já houve discussão anterior com os representantes desse órgão e esperamos uma aproximação com o setor no Vale do Aço”, afirmou.
O Itam já esteve ligado ao Unileste-MG e agora tem relações institucionais com a Usiminas.
Alex Ferreira


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Empreendedores reconhecem gargalo e buscam solução
Para o diretor da Ramac – Usinagem e Caldeiraria, de Timóteo, Carlos Afonso de Carvalho, o setor metalmecânico precisa encontrar meios para atender às especificações técnicas dos novos clientes, se quiser expandir sua área de atuação para além da siderurgia e mineração, segmentos até então no foco das empresas na região. “Além da falta de mão de obra, agora é um desafio termos também a pesquisa da solda”, reconhece.
Carlos acrescentou que a remuneração do profissional é uma das maiores preocupações. Para não perder trabalhadores, as empresas precisam ficar atentas ao nível salarial. No Rio de Janeiro, por exemplo, um soldador tem salário médio de R$ 3 mil/mês. Já o inspetor de solda tem salários que podem passar de R$ 10 mil/mês, dependendo do nível. A atividade de inspeção de solda é dividida nos níveis 1, 2 e 3.
 
Alex Ferreira


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DEMANDA - Para o gerente comercial da CMI, Montagem Industrial, Ziraldo Medeiros Leão, a visita ao CTS, no Rio, despertou a atenção para a necessidade de profissionais que ainda não existem no Vale do Aço, como os inspetores de solda nível 3, e aumentar os profissionais do nível 2. “Vejo como solução a criação do centro de tecnologia. A indústria do Vale do Aço precisa dar o salto de qualidade, precisa de investimento, pesquisar, qualificar e certificar os profissionais. Atualmente, precisamos buscar essa certificação em Belo Horizonte ou aqui no Rio”, concluiu.
O empresário Antonio José Moreira conta que a exigência pelo salto de qualidade já era percebida anteriormente à investida da indústria regional para o fornecimento aos setores naval e de petróleo e gás. Segundo explica, o setor de mineração já vinha exigindo procedimentos em solda desenvolvidos para os outros setores. “A Vale, por exemplo, já aumentou suas exigências”, relata.
Alex Ferreira
(*) O jornalista viajou ao Rio de Janeiro a convite do Sindimiva.
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