11 de setembro, de 2010 | 22:00

Socorro aos pacientes de hemodiálise

Associação busca apoio para manter trabalho voluntário e assistencial

Fotos: Divulgação


OFICINAS

IPATINGA – A insuficiência renal é um problema que atinge aproximadamente 10% da população mundial. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), atualmente cerca de 77 mil pacientes dependem de diálise para sobreviver no Brasil.
No Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, há 230 pacientes submetidos ao tratamento. A maior parte deles se compõe de pessoas carentes que, além das restrições impostas pela doença, enfrentam abalos emocionais em decorrência da enfermidade e dificuldades financeiras.
Muitos não moram em Ipatinga. Vêm todas as semanas de suas cidades, de todo o Leste de Minas, para receber o tratamento, sem contar com qualquer auxílio para estadia e outras necessidades. Foi com o objetivo de acolher esses pacientes e seus familiares que foi criada, em 2004, a Associação dos Portadores de Insuficiência Renal do Vale do Aço (Apirva).
Com sede no bairro Bela Vista, a entidade surgiu como um ramo da Pastoral da Saúde, conforme esclarece a presidente, Selma Magalhães. “A Pastoral já realizava um trabalho espiritual com essas pessoas. Mas percebemos que elas tinham também necessidade de assistência material. Como não podíamos prestar esse serviço por meio da Pastoral, resolvemos criar a associação, hoje considerada de utilidade pública municipal e entidade filantrópica, pelo governo do Estado”, informou. 
Apesar da força de vontade de seus voluntários, a entidade enfrenta dificuldades para sobreviver. Isso porque não recebe verbas públicas de qualquer natureza, sendo mantida apenas pelas contribuições espontâneas de associados e colaboradores.

Atividades
Entre as atividades realizadas diariamente pela entidade estão visitas aos pacientes da hemodiálise do Hospital Márcio Cunha; transporte dos acompanhantes para a sede da Apirva, distribuição de lanches; distribuição gratuita de cestas básicas e medicamentos mediante receita médica; e oficinas de artesanato com os acompanhantes na sede da associação. Os pacientes também têm a oportunidade de realizar trabalhos artesanais enquanto são submetidos à hemodiálise.
Muitos fazem pinturas em tecido com o braço disponível. “É uma forma de tirar o foco do tratamento, uma terapia para ajudar a minimizar as dificuldades”, explicou Lenice Quaresma. Ao lado do marido, Ademir Quaresma, ela cita algumas necessidades da associação. “Hoje, para fazer o transporte dos acompanhantes até a associação, precisamos alugar um veículo. E isso pesa bastante no orçamento”, considerou.
Ademir revela também que uma das metas da entidade é conseguir uma sede própria. “O imóvel onde funciona a associação é alugado. Nosso sonho é conseguir uma sede própria, onde essas pessoas possam dormir e receber toda a assistência necessária”, revelou.  

Como ajudar
Pessoas físicas interessadas em se juntar ao grupo podem ajudar participando de atividades de divulgação, no planejamento e realização dos trabalhos de oficina ministrados na sede, participando de ações de captação de recursos para a manutenção da instituição e colaborando com um valor mensal para cobrir as despesas de custeio. “Precisamos de pessoas que possam doar pelo menos duas horas por semana para nos ajudar em nossas atividades, principalmente para os trabalhos artesanais”, convida Ademir Quaresma.  
Já as empresas podem fazer doação em dinheiro, em consonância com a legislação vigente, e patrocinar a confecção de materiais de divulgação (fôlderes, adesivos, botons, banners, etc.) para eventos, com o objetivo de esclarecer o público sobre o tema e ajudar no desenvolvimento de projetos.
A Apirva fica na rua Conselheiro Pena, 39, bairro Bela Vista. Outras informações pelo telefone (31) 3823-9543 ou pelo e-mail [email protected].   

HEMODIÁLISE
  90% dos pacientes não sabem que estão doentes
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), 1 em cada 11 brasileiros apresenta algum grau de doença renal. Porém, 90% dos pacientes não sabem que estão doentes porque os sintomas só aparecem quando o rim já perdeu 70% da função. Embora não seja solicitado com frequência pelos médicos, o exame que detecta a doença é simples e oferecido pelo Sistema Único de Saúde.
Por meio da medição de creatinina presente no sangue do paciente é possível realizar o diagnóstico precoce. Nos últimos 8 anos, os casos de pacientes que precisam de diálise no país aumentaram 84%.

Diálise
A diálise é um processo artificial que serve para retirar, por filtração, todas as substâncias indesejáveis acumuladas pela insuficiência renal crônica. Isto pode ser feito usando a membrana filtrante do rim artificial e/ou da membrana peritoneal. Existem, portanto, dois tipos de diálise: a peritoneal e a hemodiálise. No Hospital Márcio Cunha, grande parte dos pacientes que realizam hemodiálise é submetida ao procedimento três vezes por semana.
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]
Mak Solutions Mak 02 - 728-90

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário