03 de setembro, de 2010 | 21:40

Ministro inaugura ProJovem em Timóteo

Administração municipal espera inserir 30% dos jovens no mercado de trabalho

TIMÓTEO – Dois mil jovens começam um processo de qualificação profissional em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho. Na manhã desta sexta-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, esteve no município de Timóteo para participar da aula inaugural do programa ProJovem Trabalhador. O evento foi realizado no ginásio do Acesita Esporte Clube. O ministro reforçou a necessidade da experiência profissional como forma de obter uma colocação e prometeu que cerca de 30% dos jovens serão inseridos no mercado de trabalho regional, com o apoio e articulação da administração municipal.
Durante o evento, o prefeito Geraldo Hilário (PDT) explicou que o ProJovem, além de qualificar os participantes com uma profissão, vai preparar as empresas para a captação destes futuros profissionais. “Este projeto é completo porque busca a demanda do mercado, prepara o jovem para esta demanda, faz o estágio com estes jovens e prepara o empregador para levar os formandos para dentro da sua necessidade”, explicou. Ainda segundo o prefeito, esta preparação será feita durante todo o curso, através de uma equipe que trabalha junto às empresas da região.
O sonho de ter a carteira assinada ganha forças na vida de Gleiziane Rodrigues Ferreira, 23. Ela nunca trabalhou fichada e vê no ProJovem a oportunidade de ser contratada após fazer o curso de padaria e confeitaria. “Terei mais chances no mercado de trabalho e, quem sabe, um dia poderei abrir meu próprio negócio”, afirma. No caso de Gislaine Rosa Silva Alves, 24, o desemprego foi a motivação para se inscrever no programa. “Depois de um ano desempregada, finalmente eu poderei voltar ao mercado, agora com mais qualificação”, acredita.

Programa
O ProJovem Trabalhador de Timóteo é o maior programa de qualificação profissional do Ministério do Trabalho em número de vagas no Estado de Minas Gerais. O investimento é de R$ 3,4 milhões. Em todo o Estado, o programa já foi implantado em cerca de 200 municípios.
O curso com duração de seis meses oferece 16 cursos de formação profissional para jovens de 18 a 29 anos. A carga horária é de 350 horas, sendo as 100 primeiras de qualificação básica (ética, cidadania, noções de direitos trabalhistas, língua portuguesa e matemática e inclusão digital).
Ao todo, foram mais de 2.300 inscritos, sendo dois mil selecionados por meio do caráter socioeconômico. Além do material, o aluno recebe ajuda mensal de custo no valor de R$ 100, vale-transporte e lanche. É obrigatória a assiduidade de 75%, mais rendimento. O dinheiro é depositado diretamente na conta do aluno pelo Ministério do Trabalho.
  Durante a aula inaugural, Weverson Oliveira Souza, 20, foi escolhido para representar os dois mil alunos do programa e falar em nome da turma. Ele, que trabalha informalmente num projeto social e sempre almejou realizar um curso profissionalizante, encontrou a sua oportunidade. “Sempre tive que escolher entre trabalhar e estudar, e agora poderei fazer os dois. Depois do curso de Administração, quero investir na área de telecomunicação”, disse.
As aulas serão ministradas em três turnos nos polos da Uniube, no bairro Bromélias; do Imet, no bairro Novo Horizonte; e no Instituto Educacional Gonçalves Dias, no Centro-Norte.

Crescimento
Otimista, o ministro Carlos Lupi declarou, durante entrevista coletiva, que 2,5 milhões de empregos serão gerados até o final deste ano. “Será o maior número de empregos gerados em um ano na história do Brasil, isto porque a economia tem dado certo”, resumiu.
Segundo ele, a exemplo de outros setores, também a siderurgia voltou a ter crescimento no mercado internacional e, com isto, o mercado interno do Brasil continua aquecido.

Greve
Questionado sobre a atual greve no Ministério do Trabalho, Carlos Lupi ressaltou que esse é um direito do trabalhador. “Os empregados defendem o que é justo, o plano de cargo de salários, enviado ao Planejamento há um ano e meio, mas agora não podemos conceder aumento de salário a nenhum servidor, devido à proibição imposta pela legislação eleitoral”, explicou.

Ponto eletrônico
Outra polêmica discutida em todo o Brasil diz respeito à implantação do ponto eletrônico. O ministro reafirmou que essa medida vai representar  uma grande evolução. “Ninguém é obrigado a adotar, aqueles que já utilizam o ponto eletrônico terão que dar direito ao trabalhador de ter informação exata do horário que ele cumpre, é uma forma de obrigar as duas partes a ter a informação das horas trabalhadas”, defendeu.
Para o ministro, a prorrogação do prazo para a implantação da medida, que entrará em vigor em março de 2011, será suficiente para a compreensão dos empresários. A lei faculta três opções às empresas: o ponto manual em que o trabalhador assina a folha, o ponto mecânico e o ponto eletrônico.