23 de agosto, de 2010 | 21:28

Dia da Injustiça

Nas ruas população demonstra que fica entre o esquecimento das injustiças sofridas e a luta pela reparação

Wôlmer Ezequiel


JOEL E LUANA

IPATINGA – Não há um fato histórico para marcar o Dia da Injustiça, mas mesmo assim o evento consta do calendário oficial de datas comemorativas. Há um entendimento geral de que o Dia da Injustiça não foi feito para ser comemorado, mas para lembrar as pessoas das mais diversas formas de injustiça que pairam nas relações humanas.
Quem pensa dessa maneira entende que, de todas as calamidades que afligem a humanidade nos tempos modernos, guerras, miséria econômica, epidemias, ignorância, terrorismo, contaminações e muitas outras perversidades, a que mais dói é a injustiça.
Apesar desse entendimento generalizado, há muitos conceitos divergentes sobre o tema. O que é a injustiça? Onde está? Nenhuma dessas perguntas obtém uma resposta que satisfaça a sede de justiça reclamada pelos desamparados.
A data é lembrada todo dia 23 de agosto. Na tarde desta segunda-feira, a reportagem do DIÁRIO DO AÇO saiu às ruas e constatou que, embora injustiçadas de alguma maneira, algumas pessoas acabam esquecendo o episódio. Outras, no entanto, não tomaram nenhuma medida para reverter a situação, e há aquelas que ainda lutam por justiça.
Ana Esteves Soares, 46, é enfermeira. Segundo conta, já sofreu tantas injustiças na vida que perdeu a conta. Mas uma delas Ana não esqueceu: “Teve uma colega minha de trabalho que fez de tudo para tomar meu horário de serviço, só para ficar no meu lugar. Eu deixei pra lá e conformei com a situação, e depois mudei de setor”, lembra.
Fotos: Wôlmer Ezequiel


ENQUETE INJUSTIÇA
A vendedora autônoma Sthefane Luana Ribeiro, 22, conta que viveu uma situação que considera mais que injusta e humilhante. Segundo relata, na semana passada, comprou mercadorias no valor de R$ 800 e pagou à vista, em dinheiro. Dias depois, voltou à mesma loja para comprar à prestação e não conseguiu. A alegação é que a loja só aceita o crediário no cartão de crédito. “Acho isso uma forma de preconceito. As pessoas exigem muito da gente, mas não nos ajudam. Não me deram um voto de confiança e me senti humilhada e injustiçada”, desabafa.
Depois ter perdido tudo que tinha em um incêndio que ocorreu em um alojamento da empresa onde trabalhava, na Bahia, o desempregado Joel Gomes, 33, entrou com processo na Justiça por perdas e danos. O fato ocorreu há seis meses. Joel conta que, privado dos seus pertences, ficou quatro dias usando a mesma roupa. “Até que a empresa resolveu agir, fiquei com a mesma sunga por quatro dias. Isso foi mais que injustiça, foi humilhação. Entrei com processo, mas a Justiça é injusta, e até hoje não deu em nada. Mas fiz minha parte”, conclui.
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