04 de agosto, de 2010 | 22:00

Novidades na Pirâmide Alimentar

Guia apresenta sugestões de hábitos alimentares mais saudáveis

Wôlmer Ezequiel e Reuber Sales


MARIANE E SIGRID

IPATINGA - A qualidade de vida virou assunto corriqueiro nos meios de comunicação e os especialistas batem sempre na mesma tecla: é preciso cuidar da alimentação e praticar alguma atividade física. Ainda assim, cresce a cada dia a incidência de doenças relacionadas à obesidade e ao sedentarismo.
A principal razão, apontam os especialistas, não está na falta de informação, mas na mudança de hábitos, que requer vontade e disciplina. Com a atenção voltada para a saúde e a sua correlação com a alimentação, o departamento de Agricultura dos Estados Unidos criou a chamada Pirâmide Alimentar, que tinha por objetivo servir como um guia de fácil consulta sobre alimentação saudável para a população. Lançada há quase duas décadas, a pirâmide de certa forma cumpriu sua missão ao estabelecer alguns critérios sobre o consumo de carnes, açúcares e derivados do leite.
Frente aos gastos com saúde pública decorrentes de doenças relacionadas principalmente com a obesidade e suas consequências, o governo americano e entidades privadas desenvolveram novas pesquisas. A Harvard School of Public Health, um dos maiores centros de estudos sobre saúde pública dos Estados Unidos, garantiu há cerca de dois anos que as informações contidas na pirâmide estavam ultrapassadas e lançou um novo modelo, adotado em vários países, inclusive no Brasil.
A principal novidade foi a inclusão das atividades físicas na base da pirâmide alimentar. E mais recentemente, no mesmo patamar dos exercícios físicos, ganha destaque a hidratação oral, com a recomendação do consumo diário de pelo menos oito copos de água.

Necessidades
A nova pirâmide é baseada em alimentos distribuídos de acordo com a necessidade de ingestão. Aqueles que precisam ser consumidos em quantidade maior estão na base da pirâmide e os em menor quantidade ficam no topo. Antes deles, porém, estão as atividades físicas e a hidratação, dois fatores que exercem forte influência no controle do peso e na prevenção de doenças.
Logo acima das atividades físicas estão os alimentos funcionais como aveia, pães integrais e outros, e óleos vegetais (azeite, óleo de canola, óleo de girassol), que têm efeito protetor contra várias doenças. É incentivado também o consumo de nozes, castanhas e amendoins, de forma moderada por serem alimentos bastante calóricos.

PIRAMIDE
  Devem ser evitadas as gorduras saturadas, presentes em maior quantidade nos alimentos de origem animal e industrializados (que contêm gorduras trans). No topo da pirâmide, esses alimentos, ao lado dos carboidratos (açúcares/doces), podem levar ao surgimento de doenças cardiovasculares.
Fontes de cálcio, o leite e seus derivados devem ser ingeridos duas vezes ao dia, no máximo. Já os vegetais podem ser apreciados em abundância, enquanto no consumo de frutas a recomendação é de três vezes ao dia.
Para ovos, peixes ou aves, ricos em proteínas, bastam duas porções diárias, evitando-se as carnes vermelhas.
Para nutricionista, pirâmide na região está invertida
“O que tem nos chamado a atenção no consultório é a frequência cada vez maior dos casos de obesidade, como tem ocorrido no resto do país de forma geral. A pirâmide está invertida. As pessoas se alimentam mal, não fazem atividade física e não bebem água suficiente”, alerta a nutricionista Mariane Oliveira Costa, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Pitágoras e responsável pelo consultório na Viver Bem Nutrição, no Centro de Ipatinga.
Segundo Mariane, outro aspecto preocupante é a quantidade crescente de crianças e adolescentes com peso acima do recomendado e já apresentando quadros de obesidade. “A vida é corrida, os pais têm pouco tempo e as crianças ficam com livre acesso a todo tipo de alimento”, resume.
É comum o fato de os pais reclamarem que a criança não gosta disso ou daquilo, principalmente de legumes e verduras. Ou que só come batata frita ou que só gosta de doces. O problema existe, mas tem explicação e pode ser prevenido ou corrigido pelos pais com alguns cuidados e paciência.
A solução pode estar numa única frase: “O prato deve ser sempre colorido”, afirma a pediatra Sigrid Terezinha Campomizzi Calazans, especialista também em adolescentes. Segundo explicou, comer é costume e os bons hábitos alimentares são formados desde cedo. Se a criança toma mamadeiras com açúcar, terá dificuldades de aceitar depois alimentos amargos ou mais azedos.

Hábitos
A médica lembra que, de acordo com pesquisa recente, crianças ou adultos só podem dizer com certeza que não gostam de determinado alimento após 14 tentativas. “Daí a importância de se oferecer sempre uma alimentação variada, o prato colorido. A criança pode rejeitar determinado alimento em um dia e aceitá-lo bem no outro”, explica a médica, que atende no Hospital Márcio Cunha e na Clínica Monte Sinai, em Ipatinga.
Segundo ela, os pais são os principais responsáveis pela formação dos bons hábitos alimentares, o que deve começar cedo. “É preciso escolher o que colocar na geladeira e na mesa”, acrescenta.
De acordo com a pediatra, estudos comprovam que a obesidade infantil e na adolescência está relacionada à falta de atividade física. “Nesta população, o sedentarismo pesa mais que a alimentação”, afirma. Cabe aos pais, portanto, estimular a prática de atividades físicas desde cedo e regular o tempo em que as crianças permanecem na frente da TV, do computador e dos videogames. 
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