02 de julho, de 2010 | 09:55

Cuidado com a vuvuzela !

Vai pro meio da galera torcer pela seleção? Barulho das cornetas pode causar estresse e danos aos ouvidos.

Wôlmer Ezequiel


VUVUZELA

DA REDAÇÃO - Um dos grandes personagens da Copa do Mundo 2010, as vuvuzelas, usadas pelos torcedores sul-africanos, vêm irritando muita gente por causa do barulho. E não apenas jogadores e técnicos das seleções do Mundial, mas também torcedores no Brasil. A mania de tocar as cornetas caiu nas graças dos brasileiros. Compradas em qualquer esquina, elas produzem ruído e incômodo em locais de concentração de pessoas. Muita gente não se dá conta de que, além da irritação, o som alto das cornetas pode afetar a audição.
A ‘Hear The World”, fundação especializada no estudo da surdez, informou que testes feitos na África do Sul mostraram que o barulho produzido pela vuvuzela ultrapassa o som produzido por um motosserra. De acordo com estudos, a vuvuzela produz 127 decibéis, mais do que uma buzina de ar comprimido – 123,5 decibéis – ou os tambores brasileiros.
A fonoaudióloga Fernanda Brandão, da Telex Soluções Auditivas, em Belo Horizonte, alerta que sons acima de 85 decibéis são prejudiciais à saúde auditiva. A perda de audição depende tanto da potência do som como do período de exposição ao ruído. No caso das cornetas, as consequências podem ser imediatas. “Por causa da intensidade do barulho, as pessoas podem ter a sensação de pressão nos ouvidos, tontura, zumbido e dificuldades para ouvir”, alerta.
A fonoaudióloga alerta que qualquer pessoa que permanecer próxima a sons altos e estridentes pode sofrer danos auditivos. No caso das crianças, os cuidados devem ser redobrados. O barulho em excesso provoca irritação e choro.

Insistentes
Para quem pretende se esbaldar nas comemorações dos jogos da Copa do Mundo, a fonoaudióloga recomenda uma distância mínima de 10 metros de aglomerações barulhentas, além do uso de protetores auriculares, que diminuem o impacto sonoro. 
Os jovens geralmente não ligam para conselhos, mas Fernanda Brandão alerta que permanecer meia hora por dia em lugares muito barulhentos pode alterar, para sempre, a capacidade de ouvir. A exposição prolongada ao som alto, por anos seguidos, pode levar a diversos graus de surdez, de acordo com a sensibilidade de cada pessoa. Por isso, as indústrias investem na medicina do trabalho para corrigir ou reduzir os impactos da poluição sonora. 
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia estima que 15 milhões de pessoas sofrem algum tipo de perda auditiva e que cerca de 350 mil não ouvem qualquer tipo de som.
Fernanda Brandão acrescenta que, depois do dano provocado no aparelho auditivo, cada pessoa tem um sintoma que tanto pode ser um zumbido, dificuldade de compreensão de fala, tontura ou dor de cabeça. Nesse caso, só os exames na especialidade médica de otorrinolaringologia poderão indicar a dimensão do dano e o tratamento adequado.
“Há casos irreversíveis de perda auditiva. O efeito de uma bomba que explode muito perto de uma pessoa pode gerar surdez temporária ou definitiva. Mas os efeitos podem ser cumulativos, de longo prazo. Uma das nossas preocupações atualmente é com os jovens, que usam constantemente os fones de ouvido nos equipamentos digitais de música e vídeo. Os que exageram no volume do som nos fones não ficarão livres de sequelas com a perda auditiva”, conclui a fonoaudióloga.
Tabela de intensidade sonora
Próximo ao silêncio total    0 dB
Um sussurro    15 dB
Conversa normal    60 dB
Voz humana (alta)    75 dB
Uma máquina de cortar grama    90 dB
Ruído do metrô    90 dB
Uma buzina de automóvel    110 dB
Trovão forte    120 dB
Um show de rock    120 dB
Som da vuvuzela    127 dB
Um tiro ou um rojão    140 dB
Avião a jato na pista    140 dB
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