20 de maio, de 2010 | 22:00

Decisão judicial alerta escolas sobre o bullying

Faltam estratégias sistematizadas para lidar com violência entre alunos

Wôlmer Ezequiel


BULLYING

IPATINGA – O nome é novo, mas a prática é antiga. Bullying é definido como ato de violência física ou psicológica, intencional e repetido, praticado por um indivíduo. Recentemente, o assunto ganhou espaço na mídia por causa da decisão do juiz Luiz Artur Rocha Hilário, da 27ª Vara Cível de Belo Horizonte. Ele condenou um aluno da 7ª série a indenizar sua colega de classe em R$ 8 mil, pela prática de bullying.
A estudante relatou que, em pouco tempo de convivência escolar, o garoto começou a lhe colocar apelidos e a fazer insinuações. Com a intensificação das “gracinhas” do colega e a falta de providências satisfatórias da escola a pedido dos pais da aluna, o caso foi parar na Justiça.
Apelidos e piadas entre grupos de crianças e adolescentes são comuns ao comportamento da faixa etária. Mas até que ponto tais brincadeiras são toleráveis e não caracterizadas como bullying? “Até a aceitação do outro. Muitas vezes, o que falta na sociedade é educação básica, que vem de casa e ensina as pessoas a terem respeito umas pelas outras. A escola apenas complementa isso”, opina uma das pedagogas da Escola Municipal Maria Rodrigues Barnabé.
A pedagoga, que preferiu não se identificar, informa que os professores da escola têm conhecimento do que significa bullying. “Mas não há procedimentos sistemáticos para tratar da prática. Quando percebemos algum sinal de agressividade na escola, chamamos o aluno para conversar. Se o caso for grave, os pais são comunicados sobre o assunto, mas a maioria dos casos é resolvida entre pedagogo, aluno e professor”, detalha. A mesma pedagoga ainda observa que os clientes da escola não têm um perfil difícil.

Necessidade
No Colégio São Francisco Xavier (CSFX), a falta de sistemática para tratar do bullying se repete. “É tudo muito novo e ainda não há ações institucionais definidas. Primeiramente, acompanhamos um assunto antes de tratá-lo como tal, como é o caso do bullying”, justifica a coordenadora geral de Desenvolvimento e Promoção da Educação, Elivete de Oliveira Silva Ribeiro.
Mas alguns professores já trabalharam o assunto em sala de aula com os próprios alunos. Recentemente, os próprios professores solicitaram à direção do colégio mais dados concretos e fundamentados sobre o bullying. “Tanto que, em breve, num evento a ser realizado, uma palestrante vai falar sobre o bullying na internet. Para o segundo semestre, também planejamos um evento sobre o mesmo tema, voltado para os professores e pais”, destaca Elivete.
Até lá, o colégio trata qualquer comportamento de aluno que fuja às regras de convivência da escola com punição por reciprocidade. “A família do aluno e o pedagogo responsável pela série são comunicados sobre o mau comportamento, e o aluno é punido com reciprocidade. Não é suspenso das aulas, mas precisa voltar ao colégio num outro turno para desenvolver um trabalho sobre a sua atitude”, resume Elivete.
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