
14 de abril, de 2010 | 23:00
Golpe na falsificação
Anvisa alerta sobre vacina falsificada contra a gripe A
DA REDAÇÃO - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez um alerta à população sobre a comercialização de vacinas falsificadas contra a gripe A (H1N1). A agência informou que farmácias e drogarias não têm autorização para vender as vacinas e os estabelecimentos que estiverem fazendo a sua comercialização, na prática oferecem um produto falsificado ou contrabandeado.
Na sexta-feira (2), a Polícia Federal e agentes da Anvisa apreenderam vacinas falsificadas contra a gripe em uma farmácia no município de Dom Cavati, a cerca de 55 quilômetros de Ipatinga. Como é falso, o órgão não consegue precisar as consequências que o produto pode acarretar ao organismo de quem o utilizou, mas recomenda que quem recebeu a vacina pirata procure o serviço de saúde. Cada dose era vendida a R$ 39.
A gente ainda não sabe o que está dentro dessa vacina e não sabemos o que pode ocasionar nas pessoas que tomaram. Pode ocasionar desde uma reação alérgica simples até reações adversas mais graves”, afirmou o assessor chefe de Segurança Institucional da Anvisa, Adilson Bezerra.
O dono e a farmacêutica da drogaria que comercializava e aplicava vacinas falsas em Dom Cavati foram presos. O material apreendido ainda passa por uma perícia. O medicamento vinha da Soros e Vacinas Spardini, distribuidora que funcionava em uma casa em Governador Valadares. O dono da distribuidora não foi localizado.
Prisão
Segundo a assessoria de Imprensa da Polícia Federal, existe uma investigação em andamento sobre a suposta distribuição do produto clandestino ou falsificado em outras cidades da região. O dono da farmácia em Dom Cavati e uma farmacêutica foram detidos pela PF e podem ser processados pelo crime de falsificação. A pena pode chegar a 15 anos de prisão. Pela venda de medicamento em desacordo com a regulamentação, podem ser condenados e a pena varia de 10 a 15 anos. As doses eram vendidas em embalagem diferente das distribuídas pelo governo federal, o que levantou suspeitas dos moradores de Dom Cavati. A denúncia foi considerada fundamental para desvendar o esquema ilegal.
Vacinas só em clínicas e hospitais credenciados
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que a venda de quaisquer vacinas em farmácias e drogarias é proibida. As vacinas vendidas nesses estabelecimentos são provavelmente falsificadas ou de produção clandestina”. A agência lembrou que a vacina contra a Influenza A (H1N1) está sendo distribuída gratuitamente nos postos de saúde do país.
Neste período, que vai até 23 de abril, a rede pública de saúde vacina gratuitamente a população de 20 a 29 anos. De 24 de abril a 7 de maio serão vacinados idosos com 60 anos ou mais e os portadores de doenças crônicas. De 10 a 21 de maio será vacinada a população de 30 a 39 anos.
Já as pessoas de grupos não cobertos pela campanha de vacinação do Ministério da Saúde podem comprar o medicamento em hospitais e clínicas privadas autorizadas.
Nos locais autorizados, poderão ser compradas as vacinas monovalente (imuniza contra o vírus H1N1) ou trivalente (imuniza contra os vírus H3N2, Brisbane e H1N1) que já tenham sido aprovadas pela Anvisa e tenham tido seu preço definido.
Segundo a Agência, até agora, apenas a vacina Solvay, do laboratório Abbot, passou por todas as etapas. As vacinas monovalentes produzidas pelos laboratórios Sanofi-Pasteur e GlaxoSmithKline já foram aprovadas pela Anvisa, mas falta definir os preços de venda.
A agência esclarece que farmácias e drogarias só podem aplicar vacinas quando participarem de campanhas públicas de vacinação, o que não ocorre com a imunização contra a gripe A (H1N1) em curso. Mesmo naqueles casos não é feita cobrança pela aplicação. Denúncias de irregularidades podem ser feitas à vigilância sanitária mais próxima ou encaminhadas à Anvisa pelo telefone 0800 642 9782.
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