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12 de abril, de 2010 | 23:00

Wilson Brumer será novo presidente da Usiminas

Acionistas aprovaram troca de comando da siderúrgica. Brumer chega com propósito de "restaurar conciliação".

Roberto Rocha


BRUMER E CASTELLO BRANCO

IPATINGA – Em entrevista coletiva na sede da Usiminas, em Belo Horizonte, transmitida por videoconferência para Ipatinga e São Paulo, o presidente do Conselho Administrativo da Usiminas, Wilson Nélio Brumer, anunciou a troca do comando executivo da siderúrgica. A decisão foi tomada em reunião realizada durante a manhã, na sede da empresa, na capital mineira.
O executivo Marco Antônio Castello Branco deixa a presidência da empresa no dia 30 de abril, data de encerramento de seu mandato, e deve ser substituído pelo próprio Brumer, indicado pelos acionistas. Amanhã (14), será realizada uma nova reunião do Conselho para definir a pauta da assembleia convocada para o próximo  dia 30, quando será realizada a eleição dos novos conselheiros da Caixa dos Empregados e do presidente da Usiminas. O novo presidente do Conselho Administrativo deve ser o executivo Israel Vainboim, por indicação da Nippon Steel Corporation.
Tranquilo, Marco Antônio informou aos jornalistas ter plena consciência de que a função de presidente da Usiminas poderia ser trocada a qualquer momento, sem justificativa. “Encaro a troca de comando com naturalidade. Terminei minha missão e a cumpri com lealdade”, afirmou Castello Branco. Direto, sem meias  palavras, o executivo respondeu aos jornalistas que é preciso reconhecer a realidade como ela é e não como gostaria que fosse.
“As mudanças promovidas nestes dois anos, somadas à criação da nova base de fornecedores e à crise mundial, geraram reações e é legítimo que os controladores não queiram que os investimentos e projetos futuros sejam prejudicados pelos desgastes ocorridos neste período em função do meu perfil. Em nenhum momento sofri restrições para fazer as mudanças que promovi e assumi os riscos políticos de tudo isso”, informou Castello Branco.
O executivo ainda destacou que deixa o cargo sem constrangimento. “Esta foi uma gestão transparente, que promoveu visibilidade dos ativos e com avanços nos projetos internos como a reforma do Alto Forno 2, em Ipatinga. Só não tive tempo de promover a internacionalização da Usiminas”, avaliou.

Estilo
Para Wilson Brumer, o executivo Marco Antônio Castello Branco realizou um bom trabalho e “não foi derrubado”. “Nesta transição, não há vencido, nem vencedor. Haverá apenas uma mudança no estilo de gestão da Usiminas. Acredito que eu seja mais mineiro que o Marco Antônio”, brincou Brumer. Castello Branco ainda acrescentou que Brumer tem um perfil mais aberto ao diálogo. “A conciliação será restaurada com o Brumer”, destacou Marco Antônio.
Ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico no governo Aécio Neves entre 2003 e 2007, Brumer assegurou que dará continuidade aos projetos da siderúrgica, e ainda pediu paz e serenidade aos colaboradores para a conquista de objetivos comuns. “A mudança na presidência da Usiminas não altera o plano de investimentos já anunciado para 2010, de R$ 3,2 bilhões. A negociação com o governo do Estado avança e, em breve, o local do aeroporto deverá ser anunciado, conforme antecipou o governador Anastasia na última semana. No mês de agosto, o projeto da nova usina será novamente analisado”, resumiu.
Além da conclusão da Coqueria 3, em Ipatinga, estão previstos outros projetos de melhorias operacionais nas plantas de Ipatinga e Cubatão. Já nos primeiros meses do ano que vem, serão concluídas a ampliação da Unigal e a implantação do novo laminador de tiras a quente em Cubatão.
Perfil
Wilson Brumer foi secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico entre 2003 e 2007, período em que também presidiu os Conselhos de Administração da Cemig, da Codemig e do Indi, exercendo simultaneamente a vice-presidência do Conselho do BDMG. Foi ainda presidente do Conselho da Light, de 2006 a 2008. Entre 1998 e 2002, foi presidente do Conselho de Administração da BHP Billiton no Brasil e, de 1997 a 1999, exerceu a presidência do Instituto Brasileiro de Siderurgia. Entre 1996 e 1999, foi presidente da Companhia Siderúrgica de Tubarão; de 1992 a 1998, presidiu a Acesita e, de 1990 a 1992, comandou a Vale, empresa na qual trabalhou durante 17 anos.
O QUE JÁ FOI PUBLICADO:
Castello Branco sai e entra Brumer - 12/04/2010
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