15 de março, de 2010 | 20:31
Dnit procura soluções para atalhos na BR-381
Três acessos ao longo de dois quilômetros adiantam” a vida de muitos motoristas
TIMÓTEO O anel rodoviário da BR-381 que dá acesso ao Vale do Aço foi criado em 2006 para diminuir o fluxo de veículos pesados no trecho urbano da rodovia em Coronel Fabriciano. Ao longo desses anos, três acessos em um trecho de dois quilômetros foram abertos clandestinamente ao longo da rodovia até o km 466, em Timóteo. Economia de tempo e gasolina. São essas as justificativas de muitos motoristas que passam pelos atalhos.
Para se ter uma ideia dessa economia, quem sai de Ipatinga para ir a Timóteo passando pelo Caladinho, em Fabriciano, não gasta menos que 30 minutos. Já pelo anel, utilizando a passagem clandestina, o tempo gasto da viagem cai pela metade: 15 minutos.
O primeiro atalho dá acesso ao bairro Mangueiras, em Coronel Fabriciano, e fica em uma propriedade privada. O motorista José da Cruz Ferreira, 60, praticamente todos os dias utiliza o atalho para ir a Ipatinga. Ele afirmou que usa o acesso clandestino pela agilidade. Pelo outro lado (Caladinho) tem muitos quebra-molas. Se fosse por lá eu gastaria uns 15 minutos, enquanto que por aqui gasto no máximo 10”, explica.
O segundo acesso clandestino quase que imperceptível é o que também dá acesso ao Mangueiras. O entregador Jander Geraldo da Silva, 24, conta que economiza 1 hora de seu dia de trabalho ao passar pelo atalho para sair de Ipatinga a Timóteo. Eu vou muito ao bairro Limoeiro, se não passar por aqui vou perder tempo demais”, diz.
O terceiro atalho e considerado o mais perigoso é o que dá acesso ao bairro Nova Esperança, em Timóteo. Neste trecho passam todos os tipos de veículos, dos mais leves aos mais pesados.
A reportagem do DIÁRIO DO AÇO flagrou um caminhão de gás saindo do atalho, enquanto uma carreta que estava na rodovia fez sinal com um farol. Por pouco não houve uma colisão. Mesmo com todos os perigos, os motoristas se arriscam sem se importar com as consequências dessa imprudência. Todo dia passo por aqui, é mais perto e ainda economizo 1 litro de gasolina por dia. Só acho que este local deve ser sinalizado para melhorar”, reivindica o vendedor Bráulio Henrique Silva, 29.
Moradores
Se por um lado motoristas e motociclistas consideram os atalhos de extrema necessidade, por outro, moradores temem os riscos de acidentes. A dona de casa Lucinéia Silva Martins, 36, moradora do bairro Nova Esperança, conta que já presenciou vários acidentes no local. Eu já cansei de socorrer pessoas aqui. Enquanto está passando carro pequeno, tudo bem, mas os veículos grandes e pesados causam mais problemas quando não dão conta de virar. Nossas crianças não podem mais brincar nas ruas”, conta.
Lucinéia disse que não é contra o atalho, mas é a favor de uma melhoria do trecho. Depois que começou essa movimentação, os bandidos sumiram deste local. Não queremos que fechem o atalho, mas que melhorem esta situação”, conclui.
Projeto
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) aguarda em abril um relatório da empresa responsável pelo projeto da duplicação da BR-381, em que irá constar uma solução para os problemas dos acessos. De imediato, vamos colocar placas de sinalização avisando aos motoristas onde há entrada e saída de veículos”, explica o superintendente do Dnit em Governador Valadares, Ricardo Freitas.
O último relatório da empresa está previsto para julho deste ano. A previsão é que as obras de duplicação sejam executadas no ano que vem. Mas, assim que a empresa apresentar o documento, em abril, vou apresentá-lo à superintendência em Belo Horizonte e buscar uma solução definitiva. Com certeza vamos achar uma alternativa que atenda ao projeto inicial do anel e beneficiar os motoristas”.
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