08 de novembro, de 2009 | 00:00

Golpe e miséria

Prédio em litígio no Horto esconde caso de golpe e a miséria brasileira

Wôlmer Ezequiel


Litígio desde 2004: condôminos e proprietário de lote tentam recuperar prejuízo com construtor
IPATINGA – Um prédio em construção, há muito abandonado em uma área nobre da rua Palmeiras, na entrada do bairro Horto, abriga um caso triste de uma família em estado de total abandono e, ao mesmo tempo, mais um golpe aplicado contra investidores. Uma mulher de 39 anos, grávida, prestes a dar à luz sem ter passado uma única vez em um posto médico, e um grupo de 13 condôminos com um prejuízo de quase R$ 1 milhão, aplicado por um construtor que não honrou um contrato, integram essa história. Enquanto dura a pendenga, o prédio é ocupado por alguns moradores de rua.A obra, a exemplo de muitas outras em idêntica situação no Vale do Aço, começou há aproximadamente oito anos, quando um construtor propôs aos proprietários do imóvel, na entrada da rua Palmeiras, a construção do empreendimento. Conforme o combinado, seria um prédio com lojas e estacionamento nos primeiros pavimentos, e apartamentos residenciais nos andares superiores. Deu errado. Um grupo de 13 investidores gastou o que acredita ser algo em torno de R$ 800 mil, mas a construção não foi levada adiante. SentenciadoEm 22 de outubro de 2004, os investidores entraram com uma ação judicial para a rescisão do contrato com a construtora Novaes e Veiga Ltda., na Primeira Vara Cível da Comarca de Ipatinga. O advogado do caso, Jaime Queiroz Resende, explica que os investidores só recorreram à medida judicial porque não havia mais como resolver a situação de forma amigável. O processo teve sentença favorável ao grupo e já está transitada em julgado, ou seja, sem condições de novos recursos. A Justiça determinou a posse indireta para os condôminos e para a proprietária do terreno onde começou a ser construído o prédio. “Caberá agora, aos condôminos, decidir se tocam a obra e concluem o empreendimento ou se vendem a construção paralisada para outra empresa interessada em concluí-la”, explica o advogado.Leia mais sobre os moradores de rua que habitam prédio abandonado:Prisioneiros do sofrimento Alex Ferreira
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