12 de setembro, de 2009 | 00:00
Berço de Ipatinga sonha com o desenvolvimento
Distrito de Barra Alegre chega aos 59 anos com esperança de investimentos
Wôlmer Ezequiel
Distrito é um “berço quebrado”, diz o presidente da associação de moradores
IPATINGA Antes de existir o povoado que deu origem à cidade de Ipatinga, já existia o distrito de Barra Alegre. Elevado à condição de distrito há quase 60 anos, ainda quando Ipatinga pertencia a Coronel Fabriciano, Barra Alegre amarga um esquecimento histórico. Mas há um grupo de moradores que reivindica o reconhecimento que o distrito merece. Para marcar os 59 anos, acontece neste fim de semana a primeira Cavalgada do Distrito de Barra Alegre. O evento, aberto nesta sexta-feira, vai até amanhã, domingo. Na programação constam apresentações musicais na área do antigo matadouro Chico Preto, a partir das 19h, hoje e amanhã. No domingo, cavalgada a partir das 12h, e à noite apresentação da dupla Bráulio e Ricardo. A festa tem apoio do governo municipal.O presidente da Associação de Moradores de Barra Alegre (Amba), Hermínio Bernardo da Silva, explica que há alguns anos o aniversário do distrito era lembrado com comemorações, e há uma tentativa agora de resgatar a cultura do distrito, com o resgate das atividades culturais. HistóriaO distrito de Barra Alegre foi uma das primeiras povoações de Ipatinga e abrange também os bairros vizinhos, como o Limoeiro, Vila Celeste, Forquilha, Pedra Branca, entre outros. Estima-se que só na sede do distrito morem cerca de 3 mil pessoas. O dirigente comunitário afirma que sempre faltou, nos governos passados, atenção com a história do lugar que pode ser considerado o berço” do município. Segundo Hermínio, os moradores aguardam há mais de dez anos pelo projeto de revitalização, uma esperança que foi renovada recentemente com a promessa das obras financiadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para Ipatinga. Entre as principais carências de Barra Alegre, Hermínio entende que as atividades esportivas precisam de melhor estrutura, faltam opções de lazer para a população e o Barra Alegre Esporte Clube padece com a falta de recursos. Temos um cemitério que é um caos, sem muro, sem capela velório, sem rua de acesso de carros, e animais de grande porte entram e saem do campo santo”, pontua. Na lista de carências do distrito histórico de Ipatinga entram o assentamento precário nas partes altas, com centenas de famílias que ocupam áreas de risco, transporte coletivo limitado pela precariedade das ruas nas partes altas e a falta de uma unidade de saúde: O atendimento no posto médico é feito em um cubículo, com estrutura desumana”, reclama.ExcluídoPara o presidente da Associação de Moradores de Barra Alegre, Hermínio Bernardo da Silva, a sede do distrito foi excluída do desenvolvimento experimentado por Ipatinga nas décadas passadas. Somente após os investimentos do PAC, quando elas acontecerem, poderemos dizer que o desenvolvimento chegou a Barra Alegre”, afirma o líder comunitário. Hermínio disse não ter dúvida que faltou vontade política dos governos para garantir a chegada do desenvolvimento ao lugar. Todo político diz que o Barra Alegre é o berço de Ipatinga, mas digo que é um berço quebrado. Podemos dizer que Ipatinga é uma criança que cresceu, quebrou o seu berço e o abandonou. O que precisamos hoje é de uma estrutura que atenda aos moradores que lá estão e que reflita os resultados da força desse filho desenvolvido que é Ipatinga”, conclui o presidente da Amba.
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