24 de julho, de 2009 | 00:00

Usiminas lucra R$ 257 milhões

Resultado caiu 85% e Conselho suspende projeto de expansão

Divulgação


Usiminas: Queda no lucro, manutenção de obras em andamento e suspensão da nova usina
IPATINGA – A Usiminas divulgou ontem o balanço do primeiro semestre de 2009. O lucro líquido foi de R$ 257 milhões nos primeiros seis meses deste ano, um valor 85% menor em relação ao resultado do primeiro semestre de 2008. A receita líquida fechou em R$ 5,082 bilhões, com queda de 32%, e o lucro bruto recuou 63%, para R$ 2.688 bilhões. Em entrevista ontem à tarde, o presidente da Usiminas, Marco Antônio Castello Branco, afirmou que os números ficaram muito perto da estimativa de vendas anunciada ao fim do primeiro trimestre, que era de 1,2 milhão de toneladas e, no balanço divulgado ontem a soma chega a 1,187 milhão de toneladas.A expectativa da diretoria da Usiminas é que a rentabilidade melhore no segundo semestre, haja vista que os preços internacionais do aço começam a melhorar e isso deve refletir positivamente no mercado interno. A empresa também confirma a manutenção da redução de R$ 1,4 bilhão em custos. No primeiro semestre de 2009 foi alcançada uma redução de R$ 277 milhões. Questionado se essas reduções envolvem pessoal, o presidente Castello Branco garantiu que todos os cortes possíveis já foram concluídos.    Suspenso projeto da nova usinaReunido nesta quarta-feira (22), o Conselho de Administração da Usiminas suspendeu o projeto de construção de nova usina em Santana do Paraíso (MG), com capacidade para produzir 5 milhões de toneladas de aço por ano, com investimentos de US$ 14,1 bilhões em cinco anos. Aprovada em julho de 2008, a construção da usina deveria começar agora em 2009, com início de  operação em 2012. No entanto, Castello Branco lembrou que esse plano previa uma demanda interna de 15 milhões de toneladas de aço e, em razão da crise mundial, a demanda caiu para 9 milhões. Nesse panorama, uma nova usina ficaria ociosa. “Tão logo os fundamentos do mercado confirmem a recuperação do crescimento sustentável da demanda, o projeto será retomado”, afirmou o presidente.Enquanto isso, Castello Branco confirma que serão mantidas ações complementares para a construção da nova usina, como a retirada do aeroporto do local em Santana do Paraíso e a construção da ligação ferroviária entre a Usina Intendente Câmara e a área da nova usina. “Caso nossas expectativas estejam erradas e a demanda cresça muito acima do esperado, em três anos poderemos construir a nova usina”, concluiu Castello Branco.Retomada gradativa da produçãoA diretoria da Usiminas confirma que o alto-forno 2 voltou à operação no sábado (18) e deve atingir a operação normal, de 2 mil toneladas/dia. O presidente do grupo, Marco Antônio Castello Branco, anunciou que a empresa volta a operar entre 85% e 95% da sua capacidade nominal, saindo do patamar de 65% do primeiro semestre. A retomada, no entanto, deverá refletir de forma muito pequena no efetivo, conforme admitiu o executivo. Por causa da crise, no primeiro semestre a empresa reduziu o quadro de pessoal em 16%, o que representa 2.164 demissões, em todo o grupo. Outros 313 profissionais mudaram de atividade dentro da própria empresa. Agora, na retomada gradativa da produção, o presidente deixou claro: “Contratações não serão significativas, só algumas pontuais para suprir as demandas que surgirem. Não devem passar de 500”, estimou.Investimento para usina em IpatingaAo fim do anúncio dos resultados da Usiminas ontem à tarde, foi confirmada a aplicação de R$ 215 milhões no refino secundário da Aciaria 2, em Ipatinga. Investimentos visam o aumento da produção de aços nobres, para atender os setores de petróleo, gás e automotivo. Estão previstos 24 meses para a contratação, implantação e comissionamento dos equipamentos.Outros projetos estão mantidos: Laminação de Chapas Grossas com resfriamento acelerado, que visa a melhoria de qualidade, atendendo aos requisitos dos projetos de exploração do pré-sal e com objetivo de elevar a capacidade de produção para 1.350.000 toneladas/ano; a nova coqueria (nº 3), cuja meta é a produção de 750 mil toneladas/ano de coque; a unidade II da Unigal, que terá capacidade de produzir 550 mil toneladas/ano de galvanizados a quente; e a nova central termelétrica, em operação desde abril e com capacidade de geração de 60 MW de energia elétrica. As obras da linha de tiras a quente, que vai produzir 2,3 milhões de toneladas/ano de laminados a quente na Usina de Cubatão (SP), vão gerar 6 mil postos de trabalho nas usinas de Ipatinga e Cubatão. 
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