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17 de abril, de 2009 | 00:00

Vale sai da Usiminas

Acionistas arrematam ações por quase R$ 600 mi

Arquivo/DA


A Vale integrava o grupo de controle da Usiminas desde a privatização da siderúrgica, em 1991
IPATINGA – A Vale não é mais sócia da Usiminas. A mineradora confirmou ontem, em comunicado ao mercado, que concluiu a venda de suas ações na siderúrgica de Ipatinga, de cujo controle participava desde a privatização da empresa, em 1991. O negócio encerra de vez as especulações sobre a participação da Vale, que desde o ano passado já havia anunciado sua intenção de deixar o grupo controlador da Usiminas.A Vale possuía 14.869.368 ações ordinárias da Usiminas, vinculadas ao acordo de acionistas vigente. Esse total corresponde a 5,89% das ações ordinárias e a 2,93% do capital total da siderúrgica ipatinguense.As ações da Vale foram vendidas para um grupo de atuais acionistas da Usiminas: Camargo Corrêa, Mitsubishi Corporation, Nippon e Votorantim. O preço foi R$ 40,00 por ação ordinária da Usiminas e a transação totalizou R$ 594,7 milhões.Embora anunciada no final do ano passado, quando a Vale notificou a Usiminas sobre a intenção de vender sua participação no capital social da siderúrgica ipatinguense, a negociação só foi fechada após a aprovação do Conselho da Vale e dos próprios acionistas que integram o bloco de controle da Usiminas.Para a Nippon Steel, a ampliação de sua participação no controle acionário da Usiminas é estratégica para atender melhor seus clientes na América do Sul.Acordo de acionistasA saída da Vale do grupo que controla a Usiminas torna necessária a formalização de um novo Acordo de Acionistas. O último foi feito em novembro do ano passado, quando a própria Vale aumentou sua participação no capital da siderúrgica.Desde novembro, com o último acordo de acionistas, a Usiminas vinha sendo administrada por um grupo de controle formado pelos grupos Nippon (Nippon Usiminas, Nippon Steel e Mitsubishi), representando os fundadores da empresa; V/C (Votorantim e Camargo Corrêa, ambas ocupando posições-chave no cenário de negócios do Brasil); Clube dos Empregados (CEU, representando os trabalhadores) e a Vale, como líder mundial no fornecimento de minério de ferro.A venda das ações da Vale fortalece mais a estrutura do grupo de controle, que, já no final do ano passado, havia aumentado as ações em seu poder, de 53% para 63,9% do total. Essa reformulação estabelece também um compromisso de longo prazo entre os maiores acionistas, do Brasil e do Japão, “para garantir uma administração sólida e uma execução de negócios estratégicos voltados para as oportunidades, assegurando o progresso contínuo da Usiminas”.Esse grupo é que define a composição do Conselho de Administração da empresa. Com a participação que detinha, a Vale tinha direito a indicar um membro do Conselho, cujos integrantes foram indicados também pela Nippon Usiminas (3), V/C (3) e Clube dos Empregados (2). O direito de nomear o presidente, porém, é restrito aos dois grupos majoritários, Nippon e Votorantim-Camargo Corrêa.Revisão de estratégiaA saída da Vale do grupo que controla a Usiminas já havia sido antecipada pelo presidente da siderúrgica de Ipatinga, Marco Antônio Castello Branco, que no mês passado, em entrevista em São Paulo – da qual participou o DIÁRIO DO AÇO -, informara que a Nipon-Mitsubishi e a Votorantim-Camargo Corrêa iriam exercer o direito de preferência, que os fundos de pensão e a “Caixinha” não quiseram.“Esse é um processo natural, de revisão da estratégia da Vale”, resumiu Castello Branco. A venda das ações da Vale, porém, não vai afetar em nada os negócios e parcerias entre as duas empresas. “Nós somos grandes parceiros, senão o maior cliente da Vale em termos de logística, e vamos continuar trabalhando juntos”, garantiu o presidente da Usiminas.EquilíbrioEm comunicado de “Fato relevante” distribuído ontem aos seus acionistas e ao mercado, assinado pelo vice-presidente de Finanças, Relações com Investidores e Tecnologia da Informação, Ronald Seckelmann, a Usiminas garante que a alienação das ações da Vale “não altera o equilíbrio de direitos e poderes de seu grupo de controle”, uma vez que a Vale não era participante de nenhum grupo específico e não possuía direito de veto. A empresa ressalta, ainda, que “a operação não configura alienação do controle acionário”.
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