10 de abril, de 2009 | 00:00
Crédito mútuo poderá fomentar crescimento
IPATINGA - O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae MG) estuda a implantação da Sociedade de Garantia de Crédito (SGC) no Leste de Minas Gerais, com abrangência em Ipatinga, Governador Valadares e Teófilo Otoni. A proposta é criar um sistema de ajuda mútua por meio da cooperação. Por meio de uma SGC, os proprietários de pequenas e médias empresas poderão oferecer as garantias exigidas pelos bancos. O assunto é recente no Brasil, diferentemente de países como Itália, Espanha, Alemanha, Argentina e Chile.O coordenador da SGC, Alessandro Lima Challub, explica que, na prática, trata-se de uma organização da sociedade civil, em que um grupo de empresários constitui um capital para que outros empreendedores peguem dinheiro no sistema bancário. Quando um tomador não tem garantias que o banco exige, a sociedade estuda a situação e cede uma carta de aval. A SGC assume compromisso com 50% do valor com o agente financeiro”, detalha.ExperiênciaNo Brasil só existe uma Sociedade de Garantia de Crédito que já funciona a pleno vapor. Trata-se da Associação de Garantia de Crédito (AGC) Serra Gaúcha, que foi implantada em 2003, após um trabalho conjunto entre Sebrae, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e órgãos do governo estadual. Hoje, a entidade gaúcha conta com mais de 450 associados, entre micro, pequenas e médias empresas de 33 municípios. Os empréstimos e financiamentos concedidos até hoje ultrapassam R$ 7 milhões.As duas primeiras sociedades dessa natureza em Minas Gerais estão sendo criadas no Leste e no Sul do Estado. A SGC não pertence ao Sebrae, mas a um grupo de empresários.SGC do Leste a um passo da realidadeAté meados de maio deverá ser apresentado o resultado de uma consultoria contratada pelo Sebrae-MG, que atualmente está na fase de elaboração do plano de negócios para a criação da Associação de Garantia de Crédito (AGC) do Leste mineiro. Segundo Alessandro Challub, estão sendo feitas pesquisas em Ipatinga, Governador Valadares e Teófilo Otoni para identificar um número mínimo de empresários no projeto e os valores a serem levantados para formação do fundo de aval.Challub explica que a proposta de criação de sociedades de garantia de crédito é anterior à crise no mercado financeiro, mas, por coincidência, trata justamente de formas de facilitar o acesso ao crédito. A SGC não foi pensada para isso, mas antes mesmo da crise já havia dificuldades de acesso ao crédito para investimentos”, concluiu.
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