27 de dezembro, de 2008 | 00:00
Outra versão da tragédia
Estudante que estava em cruzeiro universitário diz que a mídia exagerou
Wôlmer Ezequiel
Rhinara disse que a tragédia foi “abafada” dentro do navio e as festas prosseguiram normalmente
FABRICIANO O trágico cruzeiro universitário marcado pela morte da estudante Isabella Baracat Negrato, de Bauru (SP), 20 anos, no último dia 20, teve a presença de turistas da região. A bordo, 1.800 pessoas de várias partes do país se reuniram para fazer uma viagem entre Santos e Rio de Janeiro, regada a muita badalação. Entre os turistas estava a estudante de Direito Rhinara Martins Santos Sá, moradora do bairro Giovanini. A universitária procurou o DIÁRIO DO AÇO para relatar sua experiência no cruzeiro e contestar algumas informações veiculadas na imprensa nacional. Rhinara Martins contou que no navio encontrou cinco pessoas de Ipatinga. Entre elas, uma mulher de 43 anos, com quem dividiu o quarto. A estudante disse que ficou surpresa com a forma como o fato foi veiculado na mídia. Cheguei a comentar com a colega de quarto que parecia que estávamos em outro cruzeiro. Falou-se até na suposta distribuição de drogas em bandejas e de brigas constantes. Não vi nada disso lá”, contestou. A estudante de Direito falou que a fiscalização feita antes do embarque foi rigorosa. Tive até minha tesoura confiscada. A viagem até atrasou por causa do rigor”, revelou. A estudante disse que logo nas primeiras horas de passeio avistou Isabella Baracat. Embarcamos às 14h. Enquanto andávamos pelo barco para conhecer as instalações, por volta das 17h, vi a Isabella na piscina. Ela estava dançando e muito agitada”, contou.
Divulgação
O cruzeiro reuniu 1.800 pessoas de várias partes do país para quatro dias de festa em alto mar
Conforme Rhinara, a bebida mais barata no cruzeiro custava US$ 1. O pacote de viagem para quatro dias ficou em R$ 1.600. Claro que bebidas e drogas há em qualquer lugar, mas a coisa não foi na proporção relatada. O problema é que muitos pais não preparam os filhos para esse tipo de festa e, quando chegam lá, acabam extravasando”, alegou a estudante. DesinformaçãoO incidente aconteceu enquanto o navio estava atracado na costa de Ilhabela. Rhinara Martins explicou que os tripulantes puderam conhecer a ilha, indo até o local de bote. Antes de descer, escutamos gritos desesperados, mas pensamos que se tratavam de pessoas bêbadas. Voltamos para o barco e não ficamos sabendo da morte. Lá dentro eles abafaram a notícia. Tomamos conhecimento do fato por meio de pais e amigos, via telefone”, frisou. De acordo com Rhinara, a tragédia não abalou muito os turistas e nem alterou o roteiro da viagem no navio. A única diferença observada por ela foi o aumento do número de seguranças nos corredores que levam aos aposentos. Vimos mais segurança, perto dos quartos, que estavam mais atentos aos nossos movimentos. Depois da remoção do corpo, a programação do cruzeiro prosseguiu normalmente, com festas”, declarou. Polliane Torres
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor:
[email protected]