24 de dezembro, de 2008 | 00:00

IMA ordena interdição do Clube do Cavalo

Wôlmer Ezequiel


Os eqüinos hospedados no Clube do Cavalo estão em quarentena
IPATINGA – O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) interditou o Clube do Cavalo, situado na saída de Ipatinga para Caratinga, até que seja alcançada a marca de dois exames negativos em todo o plantel de animais, num intervalo de 30 dias. O embargo está em vigor desde a terça-feira, 16, depois que Fernando Pires Anacleto, médico veterinário responsável do Clube do Cavalo, comunicou ao IMA que na agremiação havia uma égua de sete anos com anemia infecciosa eqüina (AIE), uma doença provocada por vírus que acomete os eqüídeos (cavalos, mulas, zebras, jumentos, burros, entre outros). O vírus da AIE, também conhecida como febre dos pântanos e Aids eqüina, é transmitido por meio do sangue de um animal infectado, através da picada de insetos hematófagos (mutuca, pernilongos, etc.) ou por agulhas, arreios, leite, placenta (transmissão congênita), sêmen (acasalamento) e pelo soro imune. A anemia não tem cura. Uma vez infectado, o animal constitui-se numa fonte de infecção para outros eqüídeos e deve obrigatoriamente ser sacrificado.Conforme Fernando Anacleto, a égua com AIE está em uma propriedade próxima ao aeroporto da Usiminas, em Santana do Paraíso, e será sacrificada pelo seu proprietário. Segundo ele, a égua entrou no Clube do Cavalo sem o seu aval. “O proprietário trouxe o animal para fins de reprodução, mas sem me informar para que eu pudesse fazer o exame de anemia infecciosa eqüina. Depois que o descobri, fiz a coleta do sangue e enviei a um laboratório de João Monlevade, credenciado pelo Ministério da Agricultura. Quando o resultado do exame deu positivo, entrei em contato com o IMA e o órgão determinou a interdição”, explica Fernando Anacleto. O Clube do Cavalo tem aproximadamente 110 cabeças de eqüinos. Veterinários do IMA vão realizar exames em todos os animais hospedados no clube. Fernando Anacleto, por sua vez, fará o mesmo procedimento nos eqüinos que são de responsabilidade do seu laboratório. “Já coletei sangue em 24 animais e os exames deram negativo”, diz o veterinário. Anacleto informa que a interdição do Clube do Cavalo pode chegar a 40 dias. ControleApós o deslize da diretoria do Clube do Cavalo que permitiu a entrada de uma égua com anemia infecciosa, Anacleto diz que haverá maior rigidez no controle de hospedagem de eqüinos. “Já existia a recomendação de que o animal só fosse aceito após a realização de exame. Foi um descuido que alertou o clube sobre a necessidade de aumentar o rigor da fiscalização. Isso será feito de agora em diante”, assegura o veterinário. O empresário Antônio Saleh Sales, sócio do Clube do Cavalo e irmão de um proprietário de vários animais hospedados na agremiação, teme a desvalorização dos animais. “A anemia infecciosa é altamente transmissível e pode trazer um enorme prejuízo a quem tem animais valorizados no clube. É um risco que se corre. Até porque todos os eqüinos do Clube do Cavalo estão em quarentena”, afirma o empresário.
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