30 de novembro, de 2008 | 00:00

Resgate cultural

Projeto de lei visa pesquisar e divulgar a história de Timóteo

Wôlmer Ezequiel


Roberto Paiva cria projeto para cultivar memória de Timóteo
TIMÓTEO - Mesmo com a alteração do nome da empresa Acesita para ArcelorMittal Inox Brasil, a polêmica em torno da denominação Timóteo/Acesita continua na pauta do dia. Um lado da cidade surgiu em função da empresa e o outro núcleo habitacional surgiu em função do processo de colonização da região. Na tentativa de informar à população que em sua maioria não conhece a história de Timóteo, foi criado o projeto de lei n° 3.235, de 1° de outubro de 2008, denominado ‘Resgatando a História dos Bairros’.De autoria do vereador Roberto Paiva (PT), a iniciativa visa unir os 76.122 (Censo 2007 - IBGE) moradores em prol do resgate da história de Timóteo. “Percebemos que em nossa cidade há uma bipolaridade, um núcleo antigo e um novo, gente que na maioria não sabe como os bairros nasceram e porque receberam os nomes que têm hoje. Como sou professor de História fui procurado por colegas que são admiradores do projeto Casa de Memória, criado por mim, e então tive a idéia do ‘Resgatando a História dos Bairros’”, lembra o vereador.O projeto é uma forma de contribuição para a construção de arquivos, tanto para ficar na biblioteca pública e na divisão de cultura do município, quanto na Casa de Memória. Locais onde estudantes, moradores e pesquisadores tenham informações sobre como surgiram os bairros de Timóteo.A ação tem o intuito de fazer com que o poder público e a iniciativa privada invistam no processo de conhecimento e pesquisa cultural da região. Tem como princípio incentivar pesquisas local e oral, para transformá-las em dados que possam ser divulgados para a comunidade em geral.“’Resgatando a História dos Bairros’ vai atingir as crianças e os adolescentes nas escolas, os adultos e pesquisadores na sociedade. Na Casa de Memória existe um acervo, mas ele é incompleto. Alguns dos 36 bairros não constam nos documentos. Histórias como a mudança de nome do bairro Garapa para Getúlio Vargas, do Timirim das Cachaças para John Kennedy, precisam ser relatados. Este último, por exemplo, era o único bairro onde se podia tocar bebida alcoólica na cidade”, informa. DivulgaçãoA história precisa ser construída, contada e divulgada. A população necessita saber por que um bairro se chama Funcionários, outro Vila dos Técnicos, outro Olaria. Todos os bairros fazem parte da história de Timóteo e também da empresa. O livro Sertão Bravo do Rio Doce, de Maria Celeste de Abreu, conta que o bairro Lavrinha recebeu este nome porque em seu território havia uma lavra de ouro e a primeira família a residir no bairro Alegre era quem explorava esta riqueza. “Este conto está tão perto da cidade e nem todos sabem disso. O bairro Ana Rita tem este nome em homenagem à pioneira Ana Rita Ferreira, já o Santa Cecília é em homenagem à padroeira dos músicos. São várias as histórias que formam a identidade de Timóteo. Apesar de o município ter sido emancipado há 46 anos, Timóteo é uma cidade que tem povoamento há mais de 100 anos. Os moradores necessitam saber e preservar esta cultura”, afirma.A pesquisa deverá ser feita através da administração e de estagiários de cursos de faculdades do Vale do Aço. “Iremos terminar uma pesquisa que já se iniciou, mas desta vez ela está amparada em lei”, finaliza o vereador.
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