13 de novembro, de 2008 | 00:00

Vale do Aço tem capitais regionais

Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo recebem novo status do IBGE

Wôlmer Ezequiel


Ao lado de Coronel Fabriciano e Timóteo, Ipatinga também é referência para grande número de municípios mineiros
IPATINGA – Um estudo em âmbito nacional, publicado recentemente, deu ainda maior projeção ao Vale do Aço. Trata-se da pesquisa ‘Regiões de Influência das Cidades 2007’, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que atualiza a hierarquia dos centros urbanos, bem como a delimitação das regiões de influência associadas a cada um deles. O estudo aponta Ipatinga, Coronel Fabriciano e Timóteo como capitais regionais. Além disso, indica uma ascensão dessas cidades, uma vez que, ao comparar com estudo similar de 1966, saltaram do quarto nível (Centro de Zona) para o segundo (Capital Regional), na escala de classificação das redes de influência. Na direção inversa, há 10 centros que estavam no segundo nível e agora aparecem no terceiro (Centro Sub-regional), como é o caso de Muriaé.Para diagnosticar as redes formadas pelos principais centros urbanos brasileiros, foram observadas a presença de órgãos do Executivo, do Judiciário, de grandes empresas, bem como a oferta de ensino superior, serviços de saúde, domínios de internet e conexões aéreas. De acordo com a publicação, existem no país 12 grandes redes de influência, classificadas no primeiro nível (Metrópole) e que interligam, inclusive, municípios de outros Estados. As 4.625 cidades pesquisadas (entre as 5.564 existentes) foram classificadas em cinco níveis (Metrópole, Capital Regional, Centro Sub-regional, Centro de Zona e Centro Local), por sua vez subdivididos em dois ou três subníveis.A rede centralizada por São Paulo, que recebeu o título de Grande Metrópole Nacional, também abrange parte de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. O Rio de Janeiro tem projeção no próprio Estado, no Espírito Santo, no sul da Bahia e na Zona da Mata mineira. A rede de Brasília influi no oeste da Bahia, em alguns municípios de Goiás e no noroeste de Minas Gerais. As outras nove redes de influência são centralizadas por Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Goiânia, Belo Horizonte (considerada metrópole de grande influência para 658 dos 853 municípios mineiros), Curitiba e Porto Alegre. Com exceção de Brasília e Manaus, os 12 centros são os mesmos de 40 anos atrás.Em todo o país, apenas 70 cidades fazem parte do seleto nível de capitais regionais, integrado pelas cidades do Vale do Aço. Isso significa que apresentam área de influência de âmbito regional, funcionando como referências em termos de destino e de um conjunto de atividades para grande número de municípios. Neste nível, Ipatinga, Timóteo e Coronel Fabriciano pertencem à subdivisão Capital Regional C (39 cidades com cerca de 250 mil habitantes e 162 relacionamentos).MetodologiaPara elaboração do estudo, foram analisadas as informações fornecidas pela rede de agências do IBGE e registros administrativos do próprio instituto, de órgãos estatais e empresas. Os questionários, preenchidos no final de 2007, investigaram as principais ligações de transportes regulares, em particular as que se dirigem aos centros de gestão, e os principais destinos dos moradores locais, para obter produtos e serviços (compras, educação superior, aeroportos, serviços de saúde, aquisição de insumos e destino dos produtos agropecuários). Para medir a ‘dependência’ dos municípios das redes em relação às capitais, o IBGE calculou um índice a partir de variáveis como oferta de equipamentos e serviços. Quanto menor o índice, mais estruturada é a rede, portanto, menos concentradora.
Landéia Ávila


João Braga: estudo reforça caráter metropolitano da região
Santana do Paraíso começa a se destacarPara o gerente do IBGE/Agência Vale do Aço, João Braga, o estudo será um importante instrumento para o planejamento da localização dos investimentos, bem como da implantação de serviços públicos e privados. “Antes de escolher onde se instalar, uma empresa ou indústria tende a verificar os aspectos levantados pela pesquisa, que será muito útil para otimizar todo tipo de investimento.” Braga, que já acumula experiência de 32 anos no IBGE, tem acompanhado de perto o progresso da região. Segundo ele, o fato de o estudo indicar as três cidades reforça o caráter metropolitano da região. “Apesar da estrutura oferecida por Ipatinga, não podemos ignorar a grande contribuição de Timóteo e Coronel Fabriciano. Costumo dizer que crescimento gera crescimento. Acredito que, em breve, Santana do Paraíso também fará parte do grupo de capitais regionais”, ressaltou.O maior acesso à educação superior na própria região é reconhecido pelo gerente como importante fator que elevou o status das cidades do Vale do Aço. Na opinião do gerente, as alterações educacionais foram mais evidentes nos últimos 10 anos. “Além de pólo industrial, nossa região tem se tornado forte pólo educacional, com grande oferta e qualidade de cursos. Eu, por exemplo, estudei em Governador Valadares. Agora, a situação é inversa. São pessoas daquela região que vêm para o Vale do Aço.” A interiorização da educação superior referida por Braga é citada no próprio estudo. Conforme o levantamento, na contramão de outros Estados, em Minas Gerais apenas 35% das 420 mil matrículas estão concentradas na capital. Os dados são do Censo da Educação Superior, publicado em 2004 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação.Landéia Ávila
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário