10 de outubro, de 2008 | 00:00

Prejuízos e riscos à saúde

Propriedades do Taúbas são afetadas por entupimento em rede de esgoto

Fotos: Wôlmer Ezequiel


O pesque-pague situado na propriedade de Jurani teve um prejuízo de R$ 92 mil
IPATINGA – A cerca de três meses, moradores de dez residências na parte baixa do bairro Taúbas passam por transtornos provocados pelo transbordamento do esgoto sanitário. Jurani Onofre Pereira, 68 anos, um dos prejudicados, procurou o DIÁRIO DO AÇO para reclamar desse incômodo. Ele, que é vice-presidente da Peixavaço (Associação dos Piscicultores do Vale do Aço) e se orgulha de ser um dos idealizadores do projeto Xerimbabo e o primeiro presidente da Fundação Relictus, está revoltado com a situação. De acordo com Jurani, a rede de esgoto da parte alta do bairro é lançada no ribeirão Taúbas. O escape feito para aliviar o fluxo se mostrou insuficiente. “O escape que fizeram é menor do que o necessário. Isso provoca o transbordamento nas ruas, afetando também residências. O diâmetro é pequeno e não suporta a quantidade de esgoto jogado da parte de cima na rede. Os tubos têm pouca capacidade, gerando transtornos para nós”, declarou. Em visita ao local na tarde de anteontem, a reportagem constatou o transbordamento na propriedade de Jurani, inclusive dentro da cozinha do bar instalado no espaço. Segundo ele, o mau cheiro está causando desconforto e perigos para a saúde. “O esgoto está atraindo uma grande quantidade de mosquitos e baratas. Tive que me mudar daqui porque não há condições de conviver com esse cheiro, especialmente à noite. O transbordamento traz prejuízo econômico, social e para a saúde. Os sítios usados para locação de festas também sofrem com a situação”, reclamou.

Todos os dias, Jurani Onofre tem que conviver com a invasão do esgoto em seu sítio
Outro problema enfrentado por Jurani é no seu pesque-pague, cujo prejuízo provocado pelo esgoto foi calculado por especialistas em R$ 92 mil. “Acabou a reputação do meu pesque-pague; quase não tenho pescador, antes tinha cerca de 20 famílias pescando. Esse é um prejuízo proveniente de um trabalho malfeito e não estamos vendo tentativa nenhuma de ser corrigido”, disse. Jurani informou que protocolou uma reclamação no Demam (Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Ipatinga), notificou o Ministério Público estadual e federal, além de acionar a Polícia Ambiental duas vezes. “Apelar para todos os órgãos, já apelei. Não tem luz para algo a ser resolvido. Entrei com processo para conseguir indenização”, comentou.   Considerando sua militância na área ambiental, Jurani lamenta a situação pela qual está passando. “Isso pra mim parece até castigo. Fico cada vez mais preocupado com o meio ambiente. Lutei e ainda luto na área e estou sofrendo as conseqüências da falta de respeito ao meio ambiente”, frisou.  Outro ladoProcurado pela reportagem, o diretor do Demam, Daniel Martins Júnior, falou que desde o primeiro momento buscou uma solução para o problema e acreditava que a situação estava sob controle. “Farei uma visita ao local para verificar a situação e vou comunicar à Secretaria de Obras, que executou o serviço”, garantiu. 
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