14 de setembro, de 2008 | 00:00

Prefeito cassado espera voltar

Batalha judicial torna interminável eleição realizada em 2004

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Nascimento: “há transtorno também para mim, vítima desse processo”
TIMÓTEO – O prefeito cassado de Timóteo, Geraldo Nascimento (PT) quebrou o silêncio nesta semana acerca da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, na quarta-feira, 10, decidiu mantê-lo afastado do cargo. Por unanimidade, a Corte do TSE ratificou decisão monocrática do ministro Marcelo Ribeiro, que optou pela procedência do julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), favorável à cassação. Como ainda cabem recursos, a briga judicial cria uma situação inusitada. Embora esteja a 21 dias da próxima eleição, o pleito de 2004, na prática, não foi encerrado até hoje em Timóteo. Em entrevista à rádio Itatiaia do Vale do Aço, o prefeito cassado, Geraldo Nascimento (PT), disse que já esperava o resultado do julgamento do seu caso pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Afirmou que, desde 2004, não teve mais tranqüilidade para o exercício do mandato para o qual foi reeleito. Nascimento foi acusado pelo segundo colocado, Leonardo Rodrigues Lelé da Cunha, de abuso do poder político e prática de condutas vedadas, envolvendo a utilização de bens, serviços, funcionários públicos e realização de propaganda institucional ilícita, levou a uma batalha jurídica sem fim até hoje. Ainda sobre o julgamento do Recurso Especial Eleitoral pela Corte do TSE na quarta-feira, Nascimento avalia que houve influência do período eleitoral em curso. “As cadeiras estão ocupadas e, qualquer mudança neste momento das eleições, traria transtornos ainda maiores para a população. Tenho que concordar, mas há transtorno também para mim, vítima desse processo que atropela uma decisão consagrada pelo voto em 2004”, afirmou.Sem esconder, no discurso, o descontentamento do desfecho do agravo de instrumento proposto por seus advogados, e que tinha como objetivo retorná-lo ao cargo de prefeito, Nascimento reafirma que vai continuar a aguardar o julgamento do mérito do caso pelo TSE. Antes disso, no entanto, os advogados ainda poderão interpor embargos para questionar a decisão tomada pela  Corte na sessão do dia 10 de setembro.Geraldo Nascimento também disse ser compreensível que, por causa do período eleitoral, o TSE continue sobrecarregado de pautas. Com centenas de processos à espera de decisão para definir candidaturas ainda para as próximas eleições, casos como o de Timóteo tramitam sem previsão de julgamento. “Não sei se isso seria resolvido antes das eleições, mas a expectativa nossa é que nossos advogados estudem todo o processo e procedam aos encaminhamentos. Assim que for publicada a decisão mais recente, decidirão o que fazer”, concluiu o prefeito cassado.Desde 2005, o município teve oito trocas de prefeito. Em 2006, Lelé foi condenado pelo crime de improbidade administrativa. Por isso, quando o TRE-MG decidiu acatar a cassação do juiz de primeira instância, determinou a posse do vice da chapa de Lelé, Geraldo Hilário Torres (PDT), que está no cargo e concorre à reeleição em outubro próximo.
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