12 de setembro, de 2008 | 00:00

Empresa estuda diversificação

Presidente descarta venda do Márcio Cunha e do Colégio São Francisco

Wôlmer Ezequiel


Venda descartada: Fundação São Francisco Xavier terá reorganização estrutural
IPATINGA - Durante explanação que antecedeu às perguntas na entrevista ontem, Marco Antônio Castello Branco também descartou a possibilidade da venda do Hospital Márcio Cunha, mantido pela Usiminas, via Fundação São Francisco Xavier. Segundo o presidente não passam de “absurdos” os rumores sobre a eventual venda do hospital. “Nunca se pensou nisso. Pelo contrário, estamos em meio a um trabalho para avaliar os impactos da construção da nova usina, do ponto de vista de prestação de saúde para toda a região”, afirmou. Castello Branco acrescentou que o estudo deverá apontar como os empreendedores vão participar com a Fundação São Francisco Xavier, ligada ao grupo Usiminas e que, segundo o dirigente, terá um importante papel nesse processo. O presidente da Usiminas disse ser “preocupante” a deficiência do setor público de saúde na região, de forma geral, onde unidades de atendimento não atendem de forma conveniente e geram sobrecarga ao Márcio Cunha e demais serviços em Ipatinga. “Sobre isso, nos posicionamos com o Estado e municípios, para mostrar que isso não é legítimo. Eles não podem deixar de prestar o serviço devido simplesmente por que o Márcio Cunha existe, o que gera excesso de demanda e compromete a qualidade dos serviços”, observou.Em relação à reestruturação da Fundação São Francisco Xavier, a assessoria da Usiminas acrescentou em nota distribuída à imprensa que ficará inalterado o acesso dos empregados da Usiminas, seus beneficiários e da comunidade aos serviços oferecidos atualmente, mas ressalta que há um novo modelo em estudo. Braço social Além do Hospital Márcio Cunha, estão vinculados à Usiminas o Colégio São Francisco Xavier, o Usicultura e a Usipa. Todos foram alvo, nos últimos dias, de rumores de eventual venda. Questionado sobre o assunto, Castello Branco afirmou que as instituições do terceiro setor, ligados à responsabilidade social da Usiminas, vão continuar. “Fazemos, inclusive, a criação da Usicultura/Usiesportes. Vamos desvincular a cultura da Fundação São Francisco Xavier, de tal maneira que nos permita respeitar o que a legislação estabelece para aquelas entidades que têm o certificado de filantropia”, explicou.Castello Branco também confirmou que, na criação da Usiesporte, será aproveitada a gestão do Usicultura para o gerenciamento do programa de esportes. “Não será uma entidade à parte, mas deve ser chamar Usiesporte para permitir a criação do desenvolvimento do esporte amador”, acrescentou. ContrapartidaOs investimentos do Sistema Usiminas estão fortemente vinculados a uma série de negociações que envolvem o poder público. O novo aeroporto, em Bom Jesus do Galho, por exemplo, depende da pavimentação da estrada que vai ligar Pingo D’água à BR-458. Castello Branco afirmou que o assunto está em discussão com o governo mineiro e há o comprometimento para que essa obra, já prevista no programa ProAcesso, seja agilizada para permitir o funcionamento do aeroporto a ser construído perto de Revés do Belém. Ele citou a intervenção com o governo federal para acelerar o projeto de duplicação da BR 381-Norte, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Disse acreditar que a publicação do edital do projeto executivo, há poucos dias, faz parte do compromisso público com o projeto.“Resolvemos não adiar mais os investimentos de nossa unidade em Ipatinga, apesar da lentidão que o poder público tem em resolver o problema de infra-estrutura. Levamos ao conhecimento do governo federal que o investimento gera postos de trabalho, mais movimento e mais impostos. Não queremos que esse fator positivo se transforme em um indutor de mortes na BR-381”, acrescentou. DiversificaçãoQuestionado sobre a necessidade de ampliar as atividades sociais para Santana do Paraíso, que sediará a nova unidade da Usiminas, o presidente Marco Antônio Castello Branco afirmou que há excesso de concentração dessa atividade em Ipatinga. Lembrou que as ações precisam alcançar também Itatiauçu, Itaúna, Itajaí, Vitória, Pouso Alegre e Cubatão, onde estão outras atividades do grupo. “O pessoal não pode esquecer que Usiminas é mais do que Ipatinga. A cidade é o nosso berço, nossa origem, mas essa empresa hoje é do Brasil e tem atividades até internacionais”, observou. O presidente também afirmou que a Usiminas não deixará de cumprir sua função social, cultural e educativa e quer, com isso, participar da formação de cidadãos críticos, capazes de se perguntarem para onde esse país vai. “Não queremos que as pessoas fiquem sempre achando que alguém vai tomar conta da vida delas para o resto da vida”, afirmou.Ipatinga FC vai perder a exclusividadeMarco Antônio Castello Branco também respondeu aos questionamentos sobre parcerias com o futebol profissional, como o Ipatinga Futebol Clube e o Social Futebol Clube, de Coronel Fabriciano. Segundo o executivo, os investimentos no Ipatinga têm sido alvo de uma crítica muito insistente. “O fato de a Usiminas ter entrado com o patrocínio para o Ipatinga, já exige de nós uma melhor equidade no tratamento para outras comunidades. Não pensamos em abandonar esse tipo de atividade, mas externo aqui que existem questionamentos do por quê só em Ipatinga. E as outras cidades? Essa é uma percepção dos nossos próprios clientes. Lembrem-se que Ipatinga é uma empresa nacional. Temos que dar chance aos outros”, observou.Questionado se, entre esses “outros” estaria o Santos Futebol Clube, que é da região onde está a Cosipa, Castello Branco desconversou, riu e apenas afirmou: “Há uma fila de gente querendo patrocínio para o Santos. Começa pelo Omar”, em uma referência ao Diretor Industrial do Sistema Usiminas, Omar Silva Júnior que, depois de vários anos de trabalho na usina Intendente Câmara, agora exerce posição de comando na Cosipa.
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