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10 de setembro, de 2008 | 00:00

Política esquenta protesto

Manifesto do Grito dos Excluídos em Ipatinga marcado por tensão

Bruno Jackson


O Grito dos Excluídos abriu espaço para diferentes manifestações na rua
IPATINGA – Conforme o previsto, as peculiaridades da reta final da campanha eleitoral acirraram os ânimos durante a passeata do 14º Grito dos Excluídos, no feriado da Independência. Realizado pela Igreja Católica em parceria com sindicatos e movimentos sociais, o evento começou com caminhada no Vila da Paz e terminou no Parque Ipanema. Em vários momentos da passeata, manifestantes do Grito trocaram farpas com cabos eleitorais de candidatos a prefeito de Ipatinga. Na avaliação de Cida de Lima, uma das organizadoras do Grito, faltou sensatez à Polícia Militar. “A polícia cerceou um direito nosso, que é de manifestar. Não havia por que impedir o acesso do carro de som ao local onde ocorreu o desfile da Independência”, sintetizou Cida, diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE). Secretária da Pastoral III da Diocese de Itabira-Coronel Fabriciano e uma das organizadoras do 14º Grito dos Excluídos, Marleny Gonçalves Bonifácio não condenou a ação da PM. “Na verdade, o trânsito estava impedido para qualquer veículo. De certa forma atrapalhou, porque nossa intenção era levar o caminhão mais adiante”, comenta Marleny. “O objetivo era levar o povo para a rua e manifestar contra as mais variadas formas de exclusão social, e nós conseguimos”, resume.A organização explicou que a concentração para o evento ocorreu no Vila da Paz porque dezenas de famílias do local estão na iminência de receber indenização e serem retiradas das suas residências. É que a Administração Municipal anunciou um plano de urbanização para a comunidade, que sofre com inundações em épocas de chuva. Os manifestantes propõem uma negociação que atenda os interesses das famílias que não querem deixar o Vila da Paz. ReclamaçõesO capitão Júlio Abílio Ferreira, comandante da 82ª Companhia do Centro de Ipatinga, explica que a Polícia Militar vetou o acesso do caminhão em certo trecho da Burle Max por questão de segurança. “O veículo não poderia entrar porque de um lado da via onde aconteceu o desfile de 7 de Setembro havia tapume de metal, tinha palanque e do outro havia um palco montado para um evento à tarde. Além disso, as barracas da Feirarte foram todas deslocadas para a Burle Marx, e tomaram os dois lados da avenida. Por sinal, foi acertado com o vereador Agnaldo Bicalho, um dos organizadores do evento, que o caminhão poderia ficar parado em frente ao Ipatingão”. O oficial acrescenta que inúmeras pessoas ligaram para a PM reclamando dos congestionamentos no trânsito em função da passeata. “O fato curioso é que, em razão das paradas durante o Grito dos Excluídos, recebemos cerca de 15 ligações do Copom, de pessoas reclamando que as avenidas estavam intransitáveis. No trevo da avenida Guido Marlière com a Burle Marx, por exemplo, os carros ficaram parados em torno de 40 minutos. A Guido Marlière até o campo do Iguaçu estava tomada, o mesmo acontecendo no sentido da avenida Minas Gerais ao trevo do Panorama. Infelizmente, houve esse transtorno, mas conseguimos êxito na operação e as pessoas puderam se manifestar. Não houve cerceamento de nossa parte”, rebateu o capitão Júlio Abílio Ferreira.
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