CADERNO IPATINGA 2024

10 de setembro, de 2008 | 00:00

Professores mantêm greve

Paralisação completa duas semanas. Pais condenam interrupção de aulas

Divulgação/Sind-Ute MG


Assembléia dos professores decide manter greve na rede estadual de educação
IPATINGA – Reunidos em assembléia ontem à tarde, trabalhadores da rede estadual de ensino decidiram manter o movimento grevista iniciado há duas semanas e que atinge, de forma parcial, 50% das escolas da rede estadual no Vale do Aço, segundo estimativa da subsede do Sind-UTE em Ipatinga. A 9ª Superintendência Regional de Ensino contesta essa informação, acrescentando que, das 75 escolas estaduais em 11 municípios sob sua jurisdição, há registro de paralisação parcial em apenas 23 unidades, o que representa 23% de paralisação parcial. Segundo a 9ª SRE, a paralisação só atinge as cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço. Em Santana do Paraíso há uma escola parcialmente parada; em Timóteo, cinco; em Ipatinga, nove; e em Coronel Fabriciano, oito. Na segunda-feira, 8, representantes do sindicato e da Secretaria de Estado de Educação realizaram a primeira rodada de negociação, mas não houve avanço no sentido de um acordo. Conforme o diretor de comunicação do Sind-UTE, Antônio Braz, não foram tratados itens relativos à reivindicação da greve, que é o cumprimento do piso salarial nacional de R$ 950, melhores condições de ensino e atendimento na saúde para os profissionais da área. “O governo preferiu tratar de questões antigas, reivindicadas em outras ocasiões”, explicou o diretor. Uma nova audiência foi marcada para a próxima sexta-feira para a seqüência da negociação.  ReprovaçãoA greve dos professores completa, nesta quinta-feira, duas semanas de duração e ainda não há previsão para acabar. Do outro lado dessa situação, pais que antes se calavam diante da paralisação, agora não escondem a insatisfação. Por e-mail ou cartas encaminhadas à redação, os pais deixam claro que reprovam a greve, embora muitos reconheçam a legitimidade da reivindicação dos professores. No entanto, entendem que os profissionais da educação deveriam buscar alternativas para resolver suas demandas, sem causar prejuízos aos alunos.
Alex Ferreira


Lila: “Gostaria que a greve atingisse apenas o governo e não nossos filhos”
Briga por salários sem prejudicar alunosNo bairro Cidade Nobre, Lila Maria de Souza conta que seu filho, estudante do segundo ano do ensino médio, está há duas semanas sem aula. “Gostaria que a greve atingisse apenas o governo e não nossos filhos”, afirma. Em relação à reivindicação da melhoria na qualidade do ensino, Lila afirma que esse não é o caso da escola de seus filhos, considerada por ela como “ótima”. “Quanto às reivindicações sobre melhores salários e atendimento na saúde dos trabalhadores de ensino, isso não nos diz respeito, também não podemos pagar mais por isso”, conclui a mãe. No bairro Esperança, Margarida da Conceição Teixeira tem dois filhos, um na 8ª série do ensino fundamental e outro no 2º ano do ensino médio, ambos na escola pública e fora da sala de aula há duas semanas. “É um direito dos professores fazerem greve, mas essa paralisação prejudica nossas crianças, que estão sem aula. Isso prejudica o ritmo do estudo e essa informação sobre a continuidade da greve é ainda mais preocupante”, completa Margarida.   No bairro Veneza, outro pai de aluno, Emanoel Lares da Rocha, depois de afirmar que greve é coisa do passado, acrescentou que a paralisação dos professores deveria ter a sua legalidade questionada judicialmente. “Os professores precisam encontrar outra forma de terem seus problemas resolvidos, sem repassar esses problemas para nossos filhos”, afirma. Leia mais:Grevistas em negociaçãoGreve obstrui caminho do vestibular
Encontrou um erro, ou quer sugerir uma notícia? Fale com o editor: [email protected]

Comentários

Aviso - Os comentários não representam a opinião do Portal Diário do Aço e são de responsabilidade de seus autores. Não serão aprovados comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes. O Diário do Aço modera todas as mensagens e resguarda o direito de reprovar textos ofensivos que não respeitem os critérios estabelecidos.

Envie seu Comentário