10 de setembro, de 2008 | 00:00

Obra da Vale prevê corte de árvores

Licenciamento determina plantio para compensar fim de cinturão verde

Fotos: Alex Ferreira


Cinturão verde ao longo da avenida Cláudio Moura desaparecerá com o corte de árvores
IPATINGA – A construção da terceira linha da Estrada de Ferro Vitória a Minas entre os bairros Vila Ipanema e Ferroviários, em Ipatinga, vai acabar com a maior parte do cinturão verde existente às margens da ferrovia e que separa a estrada de ferro dos trechos das BRs 381 (avenida Pedro Linhares) e 458 (avenida Cláudio Moura). A Vale já tem o licenciamento ambiental necessário, mas o assunto ainda é discutido pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema). Plantadas nos anos 70 para reduzir o impacto da movimentação diária de composições e ainda facilitar a visão dos motoristas à noite, as árvores deverão ser cortadas para viabilizar a obra. A terceira linha é uma demanda pressionada pela expansão da Usiminas e o aumento do tráfego ferroviário entre a Estação Intendente Câmara e o Distrito Industrial, em Santana do Paraíso. O licenciamento prevê medidas compensatórias pela Vale, mas a polêmica está aberta.O diretor do Departamento de Meio Ambiente do Município, Daniel Martins, lembra que, no aspecto paisagístico, o cinturão encobre o visual “carregado” do pátio industrial que existe do outro lado. No caso específico da Estrada de Ferro Vitória a Minas, às margens das avenidas Cláudio Moura e Pedro Linhares, há dois aspectos a mais: “Primeiro reduz o pó que sai dos vagões carregados. Outro é o bloqueio da luminosidade dos faróis das locomotivas, que poderiam atrapalhar a visão dos motoristas nas avenidas”, acrescenta Daniel Martins. IbamaCom o projeto da terceira linha nas mãos, os técnicos da Vale foram ao Departamento de Meio Ambiente do Município de Ipatinga (Demam) para apresentar os impactos da obra e as compensações. O atual projeto prevê o corte de mais de 250 árvores no trecho entre os bairros Vila Ipanema e Ferroviários. Para isso, a empresa apresentou uma licença do Ibama.

Daniel Martins: “Vale já chegou com um licenciamento federal para construir a terceira linha em Ipatinga”
O diretor do Demam, Daniel Martins, explica que o assunto já foi levado à discussão no Conselho de Defesa do Meio Ambiente (Codema). Segundo ele, inicialmente a empresa tinha informado que haveria corte mínimo de árvores. No entanto, o novo projeto prevê a supressão de quase todo o cinturão verde.O diretor explica que a assembléia do Codema decidiu encaminhar a questão à Curadoria de Meio Ambiente do Ministério Público. A empresa terá que explicar a mudança no projeto e será cobrada sobre alternativas para garantir que haja redução do barulho e da poluição atmosférica após o início de operação da terceira linha.    CompensaçãoA proposta assumida pela Vale prevê que, para cada árvore cortada no cinturão verde em Ipatinga, sejam replantadas no município mais três árvores de espécie nativa. O local, inicialmente previsto para a medida compensatória, fica longe da área da terceira linha, no bairro Planalto.Na área será feita a recomposição da mata ciliar em torno de uma lagoa existente no local. O projeto prevê que, além de plantar, a Vale terá que cuidar das árvores, com o controle de pragas, proteção contra incêndio e limpeza.  Alex Ferreira
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