30 de agosto, de 2008 | 00:00

Obras iniciadas em 2002 inacabadas

Habitar Brasil: dificuldades com empreiteira provocam nova paralisação

TIMÓTEO - Iniciado em 2002, o projeto Habitar Brasil, destinado a implementar melhorias no bairro Bela Vista, está parado novamente. As constantes idas e vindas no comando do município já haviam provocado atrasos consideráveis no cronograma das obras e o município corre o risco de perder os recursos que ainda poderiam vir para conclusão do projeto.Financiado com dinheiro do Ministério das Cidades e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o projeto “Nosso Bairro Bela Vista” previa investimentos totais de R$ 7.639.983. Além da reconstrução de casas, estava prevista a remoção de famílias de áreas de risco e assentamento. Foram construídas 30 casas, mas faltam ainda uma creche, muros de contenção e mais casas populares, além da recuperação das áreas de risco. A conclusão do projeto ainda espera o repasse de mais R$ 2 milhões, um recurso que só virá se a obra for retomada.  O secretário de Planejamento, Washington Borges, explica que a empresa que atuava no bairro alegou dificuldades contratuais e queria, inclusive, um realinhamento de preços. Por isso, decidiu interromper os trabalhos quando ainda faltavam 30% das obras a serem concluídas. “Fizemos uma comunicação para a empresa, estabelecendo prazos. Precisamos retomar o projeto, nem que seja com outra empresa”, explica.O secretário garante que todo o projeto está com as planilhas atualizadas junto à Caixa Econômica Federal, justamente para permitir a retomada das obras a qualquer momento. Borges admite, no entanto, que há riscos de o município perder os recursos complementares do projeto Habitar Brasil e ainda sofrer sanções do Tribunal de Contas da União por causa dos atrasos no cronograma. [imagem946]Prevista em projeto, creche está no papelMorador da rua Mariana e vizinho da área onde já deveria estar construída a creche prevista no projeto do Habitar Brasil no bairro Bela Vista, o coletor Agnaldo Nascimento Salvador afirma que a entidade faz falta. Atualmente, de sua casa já sai uma criança, que é levada para uma creche no bairro Timirim. “Esse projeto foi muito bom, melhorou muito o bairro, mas está incompleto e precisa ser concluído”, afirma. Segundo Agnaldo, por causa da falta de uma creche mais próxima, de sua casa sai diariamente uma criança que é levada para uma creche no bairro Timirim e outra deverá ser encaminhada a partir dos próximos meses. A filha, Cristina Nascimento Salvador, explica que em breve terá que trabalhar e também precisará encontrar uma creche em outro bairro para colocar o filho.Macuco terá R$ 9,4 milhões em reassentamento e inclusãoEnquanto as obras no Habitar Brasil no bairro Bela Vista estão em compasso de espera, no bairro Macuco prosseguem as obras do Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários. Estão envolvidas no desenvolvimento do projeto as secretarias de Planejamento, Obras e Habitação, Saúde, Assistência Social e Desenvolvimento Econômico. “Além de intervenções de obras, esse programa no Macuco precisa de ações para geração de renda, reassentamento de famílias e outras medidas de inclusão social”, explica Washington Borges.O projeto prevê investimentos de R$ 7.909.675 de origem do Ministério das Cidades e contrapartida do município no valor de R$ 1.497.846. O montante deverá ser investido, entre outros projetos, na construção de 43 moradias e 39 reconstruções de moradias. As intervenções começaram pela reforma da Escola Municipal Clarindo Carlos de Mirada e prevêem pavimentação de ruas, recuperação de áreas degradadas e reconstrução de escadarias. Pela proximidade com a área do Parque Estadual do Rio Doce, a população do bairro Macuco vai receber também um Centro de Educação Ambiental. “O objetivo neste caso não é estimular o crescimento do bairro, com novas ocupações, mas melhorar a vida de quem já está no bairro”, alerta o secretário de Planejamento.   Alex Ferreira