23 de agosto, de 2008 | 00:00

Mercado petrolífero em discussão

Revendedores de combustíveis debatem rumos do setor em Ipatinga

IPATINGA – As novidades, normatizações técnicas e ambientais e estratégias mercadológicas do setor de revenda de combustíveis foram discutidas ontem, no VII Fórum de Postos de Combustíveis do Leste Mineiro, Vale do Aço e Vale do Mucuri. O evento, realizado no Centro Cultural Usiminas, reuniu empresários do setor e representantes da MinasPetro (Sindicato dos Revendedores Varejistas de Combustível de Minas Gerais), entre outros. Durante o dia, os participantes assistiram a palestras, participaram de painéis e puderam visitar estandes que trouxeram ao evento novidades no setor. O desenvolvimento sustentável foi um dos temas discutidos no encontro, por meio do painel “Meio ambiente, um projeto para o futuro”, mediado pelo gerente de emergência ambiental da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Eduardo Bacelar. A discussão também contou com a presença de representante das Suprans (Superintendências Regionais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e do advogado Bernardo Souto. Eduardo Bacelar disse que existe uma legislação federal formulada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente, publicada em 2001, que tornou obrigatória a fiscalização ambiental nos postos. “No Estado temos um cronograma para que os postos façam a regularização física e administrativa junto ao órgão ambiental, que hoje é descentralizado. No Leste mineiro temos uma sede da Supran, localizada em Valadares, para acompanhar isso”, informou.Sobre as adequações dos empreendedores do setor às normas ambientais, o gerente da Feam afirmou que, apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito. “Esses são empreendimentos que promovem impacto muito grande no que diz respeito ao lençol freático. Tem estabelecimentos operando há mais 40 anos com equipamentos obsoletos e funcionários sem treinamento e isso vem trazendo degradação. E essa contaminação às vezes torna-se irremediável. Sabemos que as adequações custam caro, mas existem linhas de crédito para facilitar isso”, declarou.Ainda de acordo com Eduardo Bacelar, nesse momento é preciso conscientizar os empresários da importância de cuidar do meio ambiente. “Nosso objetivo não é falar de legislação, e eu acho até que esse assunto já se esgotou devido à intensa divulgação. Queremos trazer conscientização, temos que mostrar a eles o benefício de se adequar para promover melhoria da qualidade ambiental, e conseqüentemente, da qualidade e vida”, enfatizou. Fiscalização Na primeira parte do evento, o superintendente-adjunto de Fiscalização da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Oiama Paganini Guerra, ministrou uma palestra sobre a Cartilha do Revendedor. O documento reúne a normatização exigida para os postos, com linguagem de fácil entendimento. Paganini mostrou aos participantes como evitar transtornos com a fiscalização. “A cartilha mostra como manter o empreendimento dentro do padrão e deixar a informalidade de lado. A informalidade gera prejuízo para o consumidor e para o próprio empresário, que pode receber multa dos órgãos fiscalizadores”, comentou.Segundo o superintendente-adjunto, os postos da região apresentam um alto padrão de qualidade. “A região vive um bom momento nesse sentido. A não conformidade está desaparecendo do mapa. Na região, o produto está de acordo com os moldes do padrão internacional”, analisou Oiama. Informação O presidente da Minaspetro, Sérgio de Mattos, frisou a finalidade do Fórum de trazer informações para os empresários. Sobre o alto preço de combustíveis nos estabelecimentos, Sérgio alegou que isso é reflexo da grande tributação sofrida pelo setor. “Nossos encargos são muito grande em termos de cobranças de impostos. Somos o primeiro setor da economia de arrecadação de imposto no Estado, 20% do ICMS de Minas é do setor de petróleo. É preciso olhar a amplitude da questão”, argumentou.