06 de julho, de 2008 | 00:00

Campeonato de pombos-correios

Associação Columbófila Vale do Aço promove competição regional

Divulgação


Os pombos são levados para cidades de onde será dada a largada em um veículo apropriado ao transporte das aves
IPATINGA – Os pombos-correios cumpriram importante papel para facilitar a comunicação entre os homens, especialmente em momentos críticos como as duas grandes guerras mundiais. Com o avanço das comunicações, perderam essa serventia, mas continuam muito utilizados para atividades desportivas (columbódromos e campeonatos), concursos e exposições. Esse hobby é  conhecido como columbofilia. A árdua labuta de levar correspondências foi substituída por moradas em pombais adaptados para oferecer conforto.Mas a capacidade de voar com velocidade e precisão surpreendente; desenvolvida pela espécie, continua afiada, com excelente desempenho em campeonatos pelo país afora. No Vale do Aço, a disputa que definirá os três melhores pombos da região começou no último dia 14 e terminará no dia 24 de agosto. Essa disputa atraiu a atenção de 21 criadores, cada um com cerca de cem pombos, garantindo no 13º Campeonato de Pombos-Correios do Vale do Aço cerca de duas mil aves.  A disputa é precedida por uma série de treinos, que aconteceram entre 11 e 25 de maio, nas cidades de Naque e Periquito. No dia 14 de junho foi dada a largada para o campeonato, dividido em quatro etapas: Velocidade, Meio Fundo, Fundo e Fundo Especial.Em entrevista ao DIÁRIO DO AÇO, o vice-presidente da Associação Columbófila Vale do Aço, Hélcio Guimarães, explicou os critérios da competição. Segundo ele, os criadores levam seus pombos para a sede, na rua Goiânia, 735, bairro Caravelas. De lá as aves seguem, dentro de um transportador apropriado, para as cidades estipuladas pelo campeonato. Chegando ao destino os pombos são soltos para iniciarem a corrida de volta para casa. “Eles são identificados com anilha (pequeno aro ou argola) e recebem um dispositivo de borracha identificado com uma letra e um número. Na chegada em casa, o criador, que possui um relógio para marcar o tempo, utiliza essa borracha para marcar a hora exata do retorno dos seus pombos. Esse relógio é lacrado e aberto apenas pela comissão organizadora. Em média, os criadores contam os tempos das seis primeiras aves”, detalhou Hélcio. De acordo com ele, cada criador inscreve de 50 a 120 pombos na competição. “Isso porque há uma baixa muito grande nas disputas. Alguns pombos morrem e outros se perdem”, justificou. Regulamento Para definir a classificação geral, a comissão organizadora faz o cálculo do tempo marcado pelo relógio, somado à distância da casa do criador até o ponto de partida, calculado em linha reta com o uso de GPS. Esses dados são lançados em um programa de computador que vai calcular os tempos e apontar a classificação. “Um pombo viaja em média à velocidade de 60 km/h. Em descidas, podem passar de 100 km/h”, completou Hélcio. O dono do pombo vencedor ganhará uma TV 14’’, e o segundo e terceiro colocados recebem troféus. A próxima soltura acontece hoje, com saída da cidade de Itaobim. A disputa será retomada no dia 19, em Cândido Sales (BA). Em seguida, acontece outra etapa na cidade de Poções (BA), no dia 10 de agosto. A última “corrida” acontece no dia 24 de agosto, com largada na cidade de Jequié (BA). A data da premiação ainda não foi definida pela organização.   Hélcio comentou que o Campeonato Brasileiro é a maior vitrine para os criadores, além de oferecer prêmios bastante atrativos, como carros. A última edição, realizada em outubro de 2007, teve a participação de cerca de 4 mil pombos-correios. Treinamento   A Associação Columbófila Vale do Aço, fundada há 13 anos por Hélio Guimarães, não possui fins lucrativos. Atualmente ela reúne cerca de 60 criadores associados da região. As pessoas que escolhem praticar a columbofilia devem seguir várias normas previstas pelo estatuto da Associação Brasileira de Columbofilia. Conforme informou Hélcio Guimarães, a primeira delas é possuir um pombal que seja limpo pelo menos duas vezes por semana. O espaço é dividido em gaiolas para fêmea, macho, filhote e reprodução. A alimentação das aves é balanceada. Além da ração trazida de Belo Horizonte, eles comem amendoim, arroz, grão-de-bico, soja, milho, alface, ostra, entre outros. Hélcio possui 80 pombos e disse que a manutenção mensal de cada ave gira em torno de R$ 10. A rotina do pombo não se resume a banho e comida. Duas vezes por dia eles são soltos para treinamento. “Soltamos as aves às 7h para um vôo de uma hora e meia. Depois, elas retornam para se alimentar. Às 16h30, saem novamente para outra bateria de teste”, explicou o vice-presidente.Questionado sobre a fiscalização do cumprimento das regras, Hélcio falou que não há um órgão para essa finalidade, mas a diretoria realiza visitas periódicas para checar as condições dos pombais. “De modo geral, eles estão sempre bem tratados. Afinal, quem tem o trabalho de montar um pombal não vai deixar as aves em más condições”, argumentou. A Associação está em busca de patrocínio. Mais informações: 8724-0889.O que é columbofilia?Achados arqueológicos dão conta da utilização de pombos-correios por volta de 6.500 a.C. A prática da columbofilia começou na Bélgica, nos meados do século 19, atraindo uma legião de seguidores que difundiram a arte de criar pombos-correios. Bem diferentes dos pombos de cidade, conhecidos por causarem freqüentes incômodos de ordem sanitária, estética e higiênica nos grandes centros urbanos, os pombos-correios são competidores altamente treinados. O pombo-correio tem o nariz maior, porte mais avantajado, plumagem mais sedosa, pernas mais largas e finas e musculatura mais rija do que os pombos domésticos.Polliane Torres
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