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03 de julho, de 2008 | 00:00

Hilário assume e PT recorre

Suspensa a inscrição para seleção de servidores na PMT

Fotos: Wôlmer Ezequiel


Geraldo Hilário: após posse na Câmara, prefeito assume pela segunda vez o assento no Executivo
TIMÓTEO – Em meio à manifestação de centenas de simpatizantes que se aglomeraram nas instalações e proximidades da Câmara Municipal, foi empossado ontem como prefeito de Timóteo o vice da chapa que ficou em segundo lugar nas eleições de 2004, Geraldo Hilário Torres (PDT). É a segunda vez que o pediatra assume por determinação judicial. A primeira vez foi em 13 de novembro passado, quando ficou 30 dias no cargo. Geraldo Nascimento (PT) voltou a ser prefeito por força de liminar, derrubada na terça-feira passada por decisão do ministro do TSE Marcelo Ribeiro. Com isso, prevaleceu a cassação de Nascimento por uso da máquina pública na campanha da reeleição em 2004. O TSE também manteve entendimento de que Lelé (PMDB) permanece inelegível por condenação na Justiça Comum.A notificação do TSE para a posse de Hilário foi entregue ainda na noite de terça-feira ao presidente da Câmara, Keisson Drumond (PT), que aproveitou a reunião ordinária do Legislativo ontem para cumprir essa determinação.  Durante rápido discurso, Geraldo Hilário, que estava acompanhado da família, agradeceu o apoio que recebia naquele momento. Pediu respeito do Legislativo diante das diferenças de cor partidária. Aos servidores, pediu compreensão e ajuda na prestação dos serviços à população. O deputado federal Alexandre Silveira (PPS) foi prestar solidariedade ao novo prefeito e afirmou que a posse deve renovar esperanças da população diante da instabilidade política. Silveira é um dos apoiadores da campanha de Geraldo Hilário. EquipeLogo após a posse na Câmara, Geraldo Hilário foi para o gabinete, de onde falou com a imprensa. “São seis meses para o fim do mandato e três meses de campanha. A montagem da equipe de governo terá que obedecer a condição técnica”, observou. Os nomes devem ser divulgados ainda esta semana, garantiu o prefeito.Muitos dos aliados de Hilário são candidatos a vereador e estão impossibilitados de ocupar cargos no Executivo. No entanto, o prefeito disse que não está preocupado com esse impasse porque Timóteo tem várias pessoas em condições de assumir as responsabilidades. “Temos inclusive servidores públicos capacitados e que precisam apenas de estímulos”, afirmou.Sobre irregularidades na administração pública repercutidas até em revistas de circulação nacional, Hilário se limitou a dizer que a responsabilidade disso “é de quem esteve no governo até ontem”. Confirmou apenas que vai contratar uma auditoria para as eventuais correções.    Ponto facultativo e suspensão de concursoAinda ontem à tarde o prefeito de Timóteo, Geraldo Hilário Torres, decretou ponto facultativo hoje e amanhã na sede administrativa. Neste período, funcionarão apenas os serviços considerados essenciais, como limpeza, saúde e educação. O atendimento ao público será retomado na próxima segunda-feira, 7. A Prefeitura informou também que está suspenso o processo de seleção pública nº 001/2008 para provimento de vagas no serviço municipal.Hilário admite pressão para não tomar posseA posse de Geraldo Hilário ontem, como prefeito de Timóteo, à primeira vista acaba com a possibilidade de sua reeleição em 2012, caso vença a corrida eleitoral em outubro. Mas esse entendimento não é consensual. Há inclusive uma consulta, ainda não respondida pelo Tribunal Superior Eleitoral, para esclarecer se políticos que assumiram cargo executivo por força de ordem judicial se enquadram nos critérios da eleição e reeleição. Questionado sobre o assunto, Hilário admitiu que isso pesa, mas ponderou. “Fui chamado para cumprir uma ação judicial e não vou fugir à responsabilidade, independente de eventualmente vir a perder a chance de disputar mais um mandato”.O prefeito também confirmou que seus aliados e amigos o pressionaram ontem a não tomar posse, a fim de evitar o risco de um impedimento na busca de eventual reeleição. “Perco um tempo, mas Timóteo ganha na brevidade das ações”, concluiu.OrçamentoGeraldo Hilário também disse desconhecer a situação da elaboração do orçamento do município para 2009. O projeto já deveria estar em fase adiantada para ser enviado ao Legislativo. Sobre esse assunto, disse que não vai começar nada “do zero”. Garantiu que todos os projetos, obras e serviços terão continuidade. “Nada vai parar”, garantiu. PT ingressa com recursoEm Brasília, o Partido dos Trabalhadores agiu rápido, formalizando na tarde ontem pedido de recondução de Geraldo Nascimento ao cargo. Enquanto o médico pediatra Geraldo Hilário (PDT) tomava posse na Câmara Municipal, o coordenador jurídico Márcio Luís Silva impetrava uma ação para anular o processo que afastou Nascimento (PT) novamente do cargo.A ação de efeito suspensivo deu entrada em tempo hábil no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou seja, antes de os magistrados iniciarem as férias forenses. Isso implica a ação poder ser julgada a qualquer momento. A assessoria de Nascimento voltou a reafirmar, na tarde de ontem, que ele acredita na Justiça e no retorno à administração, “já que foi eleito legitimamente pela comunidade de Timóteo”.EnqueteO que pensa a população de Timóteo sobre a oitava troca no comando do município em quatro anos? A vendedora Daiane Letícia Ferreira da Silva afirma que se sente envergonhada com a situação. “Não há como admitir que uma cidade tenha tantas trocas de prefeito. É ridículo esse noticiário constante de mudança de prefeito”. Sobre o que pediria ao próximo prefeito, a eleitora dispara: “Que ele tenha competência no serviço dele”. O estudante Jander Moura, 18 anos, afirma que são inegáveis os prejuízos para a cidade com a instabilidade. “Meus amigos de fora vivem me dizendo que a cidade é de dois prefeitos. É constrangedor”. O eleitor afirma que gostaria de ver mais responsabilidade por parte dos próximos administradores, para evitar situações como essa vivida nos últimos quatro anos no município. Já o representante comercial Geraldo Marques Araújo afirma que a instabilidade do município, patrocinada com as idas e vindas da Justiça Eleitoral em torno de um processo é uma falta de respeito com o cidadão. “É que nem casa sem marido. Ninguém governa”. Sobre o que gostaria do próximo prefeito, Geraldo resume: “Um trabalho honesto em prol da comunidade”.  Alex Ferreira
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