06 de junho, de 2008 | 00:00

Alívio no transporte escolar

Contran limita uso de cadeirinhas a carros de passeio

Bruno Jackson


Betim, que há anos transporta crianças e adolescentes, comemorou as reconsiderações do Contran
IPATINGA – Proprietários de táxis, ônibus e vans escolares estão aliviados. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) desistiu de determinar que esses veículos fossem obrigados a instalar assentos infantis no banco traseiro (cadeirinhas) para crianças de 1 a 7 anos. Essa exigência vale apenas para os veículos de passeio e foi anunciada pelo Contran nesta quinta-feira, 5, por meio de resolução que será divulgada no Diário Oficial da União (DOU). A nova lei vai trazer gastos para os motoristas, já que o preço das cadeirinhas pode variar de R$ 150 a R$ 1 mil. Crianças de até um ano deverão usar o bebê-conforto ou assento conversível; de 1 a 4 anos, a obrigatoriedade será em relação à cadeirinha; de 4 a 7 anos e meio, a criança deverá ser acomodada em um assento de elevação ou “booster”; e a partir de 7 anos e meio, fica permitido o uso do cinto de segurança no banco traseiro. Os condutores que descumprirem as novas regras da resolução estarão passíveis de multa apenas em janeiro de 2010, quando termina o prazo de adaptação à nova lei. As mudanças na Resolução do Contran foram tema de coletiva de imprensa na tarde de ontem no gabinete do presidente da Câmara Municipal, Nardyello Rocha (PMDB). O parlamentar, juntamente com o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB), participou da pressão feita sobre o Contran, em Brasília, dia 2 de março, para que a obrigatoriedade dos assentos infantis valesse apenas para os carros de passeio. “A proposta de incluir ônibus, táxis e vans partiu do ministro da Educação (Fernando Haddad). Essa proposta prejudicava muitos profissionais. Por isso fomos a Brasília e reivindicamos alterações na resolução”, lembra Nardyello. Sem transtornoO presidente da Cooperativa de Transportes Especiais (Cootransesp), Warley Martins, participou ontem da coletiva com Nardyello Rocha. Ele comemorou as reconsiderações do Contran. “Seria péssimo para os profissionais de transporte escolar arcar com valores entre R$ 12 mil e R$ 16 mil para instalar todas as cadeirinhas. Sem contar o transtorno, pois em um turno os motoristas transportariam crianças e, no outro, adolescentes. Seria inviável adaptar os assentos infantis e depois ter que retirá-los”, observa. Warley lembra que o Vale do Aço tem hoje cerca de 830 proprietários de vans, transportando em torno de 32 crianças por dia, durante dois turnos. Na região, a Cootransesp possui hoje 230 cooperados. AlentoMotorista de van escolar, Lizauberto Messina, o “Betim”, que há anos transporta crianças e adolescentes, comemorou o recuo do Contran. “Foi importante e alivia muito a gente. Seria uma coisa totalmente descabida transportar uma criança de seis anos, por exemplo, e em outro turno outra de 12 anos. Iria trazer muito transtorno. Sem contar o gasto exagerado que teríamos que fazer”, comenta “Betim”. Questionado se as cadeirinhas não seriam importantes para a segurança das crianças, o motorista ressaltou que há outros procedimentos para essa finalidade. “Não compromete a segurança, pois todas as crianças são travadas com cinto de segurança. Além disso, vans que transportam crianças pequenas têm que ter uma pessoa para trabalhar como monitora, vigiando-as no veículo”, pontua “Betim”.
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